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Além de prejuízo, “Jogo do Tigrinho” causa separação e depressão

Por Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação Governo de SP
Cassino online virou febre em Bauru
Cassino online virou febre em Bauru

Além de impor prejuízo de R$ 12 mil a casal de Bauru, o “Jogo do Tigrinho” provocou outros estragos na vida de moradores da cidade. Desde que o JCNET veiculou o caso, recebeu relatos não só de esgotamento de saldo em contas bancárias e perda de bens, como também de separação de casais e até depressão. No entanto, há relatos de internautas que dizem ter obtido dinheiro. Alguns deles, porém, pararam de jogar na sequência do resultado positivo, por receio de que ‘a sorte virasse’.

Alguns dos que viveram experiência ruim não registraram boletim de ocorrência por tratar-se de cassino online, não sediado no Brasil e sem regulamentação que possa amparar possíveis vítimas, informaram.

Mas o problema de marido e mulher publicado pelo JCNET foi levado à Polícia Civil. O delegado Alexandre Protopsaltis, coordenador do Setor de Investigações Gerais da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Bauru, contou que, neste caso, a esposa estava em situação de vício ao ponto do companheiro dela precisar retirar todo o dinheiro da conta conjunta para o prejuízo não ficar ainda maior.

De acordo com munícipes ouvidos pela reportagem, o game já foi gatilho para um casal se separar. Em outro exemplo, um líder de equipe de vendas alegou que sua colaboradora, em Bauru, vendeu R$ 2.700 em produtos, mas ao invés de fazer o acerto, gastou o dinheiro no “Jogo do Tigrinho”. Ela e o empreendedor ficaram no prejuízo.

“Foi a mãe dela quem me recebeu na residência para falar que a filha não consegue me pagar e que não sai mais de casa. Está tomando antidepressivo após se consultar com médico. Inclusive, a moça estourou o limite do cartão dela e do padrasto, além do prejuízo que me deu”, comentou o empreendedor, que pediu para ter identidade preservada.

Ele também testou a plataforma para entender do que se trata. “Minha esposa deu azar, porque colocamos valores baixos e ela só perdeu. Eu cheguei a colocar R$ 50, ganhei R$ 400, mas depois perdi R$ 50. Quando eu vi que iria perder o restante, tirei tudo e deletei, com medo”, acrescentou.

O delegado Alexandre Protopsaltis esclarece que, por diversos motivos, a Polícia Civil fica impossibilitada de agir contra essas plataformas e os prejuízos não são recuperados. Ele explica que a atual legislação precisa ser alterada no Congresso, porque estes jogos online são enquadrados na Lei de Contravenções Penais, de 1941, portanto, não são classificados como crime. Ainda segundo ele, se for pegar a lei vigente ao pé da letra, a própria vítima seria enquadrada como contraventora.

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