Minha namorada frequentemente se inquietava com meu passado, indagando sobre minha ex, minhas ações e as razões que motivaram minhas decisões. A cada pergunta, percebia a inquietação dela com o que já passou. Certo dia, sentindo a necessidade de trazer paz ao nosso presente, falei-lhe que não posso, de forma alguma, apagar meu passado.

Quando mudamos de emprego, o patrão não cobra nossa postura por onde passamos ou fica nos indagando porque fizemos assim lá e agora não. A vida segue e, o passado serve de aprendizado no hoje, no agora.

O passado, ao contrário do que muitos desejam, não é algo que se possa riscar com uma borracha. Ele é imutável e integral ao que somos. Nossas experiências, sejam elas de alegria ou de dor, se entrelaçam em nossa essência. Não existem meios de apagar ou de reescrever o que já foi vivido. Assim como um lápis, cuja ponta se desgasta com o uso, nossas memórias formam a grafia da nossa existência.

No entanto, mesmo sem a possibilidade de apagar o que já foi escrito, podemos sempre apontar o lápis da vida para escrever novas páginas. Podemos moldar o presente e o futuro com novas linhas, pontos, acentos e, especialmente, com acertos. O importante é que cada nova palavra, cada nova frase, nos ofereça a oportunidade de adicionar beleza e profundidade à nossa história.

Expliquei-lhe que, em vez de temer o passado ou tentar resgatá-lo, deveríamos focar no agora, nas páginas em branco que temos diante de nós. Cada dia nos dá a chance de desenhar novos contornos e de trilhar caminhos mais harmoniosos. Assim, ela compreendeu que minha intenção não era mudar o que já aconteceu, mas sim valorizar cada momento que vivemos juntos, fazendo de nossa convivência uma narrativa única e enriquecedora.

Desde então, ela deixou de questionar sobre o passado e juntos começamos a nos concentrar no presente, criando momentos repletos de significado e alegria. Dessa forma, cultivamos a arte de viver plenamente, sem as sombras do que se foi, mas com o brilho das possibilidades que cada novo dia nos traz.

As pessoas precisam entender que escolhemos alguém para caminharmos lado a lado, não como prisioneiros de histórias antigas, mas como autores de um novo capítulo. Cada palavra que escolhemos, cada decisão que tomamos, é uma expressão de nosso compromisso em fazer deste instante o mais belo de todos. E assim, continuamos a escrever, com a promessa silenciosa de que o melhor ainda está por vir.

Pensem melhor sobre a aceitação do passado como parte inerente da nossa identidade e exploramos a importância de focar no presente e no futuro para criar uma vida cheia de significado e alegria. A metáfora do lápis e da impossibilidade de apagar com uma borracha ilustra a ideia de que, embora o passado não possa ser alterado, sempre temos o poder de moldar nosso presente e, com isso, nosso futuro.