POLÍTICA

Obras deve romper contrato do Calçadão, em Bauru

Decisão ainda não foi oficialmente tomada, mas orientação pela rescisão da negociação partiu da prefeita Suéllen Rosim (PSD)

Por André Fleury Moraes | 13/06/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

André Fleury Moraes

Quadra 1 tem faixa chamando para o horário estendido do Dia dos Namorados; vendas minguaram em razão da reforma; rescisão do contrato também pode atrasar obras
Quadra 1 tem faixa chamando para o horário estendido do Dia dos Namorados; vendas minguaram em razão da reforma; rescisão do contrato também pode atrasar obras

A Prefeitura de Bauru deve romper de forma unilateral o contrato com a empresa AC Melko Engenharia, empreiteira responsável pelas obras de reforma no Calçadão da rua Batista de Carvalho, Centro de Bauru, e convocar a segunda colocada na licitação para o realizar o serviço.

A decisão ainda não foi oficialmente tomada, mas interlocutores do Palácio das Cerejeiras, sede da prefeitura, disseram ao JC que a medida já é praticamente dada como certa e foi sinalizada pela própria prefeita Suéllen Rosim (PSD).

No início da manhã, o governo chegou a encaminhar nota à reportagem dizendo que "a empresa responsável pela revitalização do Calçadão da Batista de Carvalho não apresentou resposta formal junto à pasta (Obras) no prazo definido em notificação, expirado na quarta-feira (12)". A nota não informa qual foi exatamente a notificação encaminhada à empresa.

"Diante disto, o processo administrativo foi encaminhado ao jurídico para aplicação de penalidades previstas em contrato, entre elas, a possibilidade de rescisão unilateral do contrato", complementa a Secretaria de Obras.

A empreiteira contesta e diz que encaminhou uma série de ofícios à prefeitura, a maioria dos quais sem resposta até o momento. O engenheiro da empresa, por exemplo, disse ao JC que a administração determinou a substituição de tijolos antes aprovados pelo próprio governo.

O argumento da administração foi de que a qualidade do material era inferior ao exigido — e restou à construtora arcar com o prejuízo da compra inicial.

Como mostrou o JC nesta quinta-feira (13), as obras somente na quadra 1 da Batista já se estendem por longos 113 dias - hoje somam 114 - e não há a menor expectativa em torno do término da reforma. O cronograma inicial, enquanto isso, previa 60 dias de obras a cada um dos sete quarteirões do Calçadão.

Eventual rompimento do contrato, porém, pode ampliar a demora sobre a reforma. Isso porque a segunda colocada na licitação, a empresa RJC Sinalização Urbana, ainda precisa ser notificada sobre a decisão, convocada a assinar o contrato e só depois pôr a mão na massa.

A administração alega descumprimento de contrato, argumento do qual a AC Melko, atual empresa responsável pelas obras, discorda.

A empreiteira diz, por exemplo, que encaminhou uma série de ofícios à prefeitura, a maioria dos quais sem resposta até o momento.

O engenheiro da empresa disse ao JC na quarta-feira (11) que a administração determinou a substituição de tijolos antes aprovados pelo próprio governo. O argumento foi de que a qualidade do material era inferior ao exigido - e restou à construtora arcar com o prejuízo da compra inicial.

Há ainda problemas relacionados ao projeto executivo da obra. A secretária de Obras, Pérola Zanotto, já havia admitido ao JC que o projeto contém falhas. Em entrevista concedida em abril, ela mencionou, por exemplo, que a proposta não contemplou as canaletas subterrâneas que drenam água pluvial no local.

Afirmou, porém, que ninguém sabia que elas existiam e que isso não será impeditivo ao término da obra dentro do prazo de 14 meses previsto no edital - argumento do qual hoje já não se tem certeza.

A titular da pasta minimizou os problemas na época e disse que falhas em projetos dessa envergadura "são esperadas".

O contrato com a empresa foi assinado no fim de dezembro do ano passado, com início previsto para a segunda quinzena de janeiro, mas as obras só começaram de fato na terceira semana de fevereiro. A situação, porém, se agravou com o início da reforma.

Como mostrou o JC nesta quinta, lojistas se queixam de queda brusca no movimento e relatam prejuízos na ordem de até 80%. Para piorar, duas datas mais do que importantes ao comércio - o Dia das Mães e o Dia dos Namorados - passaram desapercebidas aos estabelecimentos da quadra 1.

Lojistas da quadra 1 do Calçadão em Bauru veem prejuízo crescente 

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2 COMENTÁRIOS

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  • ADRIANO A S ANDRADE
    13/06/2024
    O amadorismo na administração pública de Bauru é um fato. Além da população estar penando com a falta de água, por inércia da prefeita, temos mas este absurdo e desperdício de dinheiro público.
  • Paulo Sergio Guerreiro
    13/06/2024
    E sempre assim as prefeituras devido a lei que as obriga, dá a empresas que não tem capacidade de fazer os serviços, isto resulta, creches, escolas, hospitais etc etc parados e para retomar vale a pena pagar as vez o mais caro, ou aquele de melhor capacidade.