Os índices de casos de estupros em Bauru aumentaram em 28,5% no quadrimestre de 2024 na comparação com 2023 (matéria do JC, 8/6). Tal estatística nos faz lembrar que a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Bauru não funciona aos finais de semana. Ou seja, se uma mulher for agredida aqui na cidade, ela terá de ir no plantão policial comum e não na delegacia especializada que estará fechada. Mas em várias cidades do Estado de São Paulo o funcionamento ocorre na semana inteira.

E dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado demonstram que na sexta, sábado e domingo é justamente o período que as mulheres mais são agredidas (grande parte por reflexo do consumo de álcool e drogas) e algumas sofrem o estupro e o feminicídio.

Seria salutar que a Câmara Municipal de Bauru fizesse gestão e aprovasse uma Moção de Apelo reivindicando ao governador e ao secretário de Segurança Pública no sentido de analisarem com vontade a possibilidade da Delegacia da Mulher também funcionar aos finais de semana. Tal iniciativa faria o discurso condizer com a prática, embora saibamos que não é sempre assim. E a prefeita poderia ajudar também!

Pesquisa do Núcleo de Violência da USP demonstrou que muitas mulheres deixam de fazer queixas/boletim de ocorrência por se sentirem desconfortadas em delegacias cujo atendimentos só é feito por homens. E que em alguns casos existem o espírito de corpo. Daí a importância da Delegacia da Mulher e, de preferência, funcionando aos finais de semana.

PS - A Lei de Improbidade Administrativa atinge clubes e dirigentes de futebol também