OPINIÃO

O colapso da educação pública do Estado de São Paulo

Por Uillians Eduardo Santos | 08/06/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Educador, professor e estudante do doutorado da Unesp de Rio Claro

O problema não é só respeitar a rede estadual, como bem dissertou José Marcelino de Rezende Pinto no artigo "E respeitem a rede estadual de São Paulo", publicado em 11/08/2023 no Jornal da USP. O desafio agora é que deixem as inúmeras redes municipais também em paz.

Para que elas possam focar nas suas necessidades, que não tem nada a ver com a rede estadual: os alunos são totalmente diferentes, quase sua totalidade são crianças da creche ao quinto ano, a base, as escolas municipais mesmo àquelas que o Estado "deu" quando da municipalização são totalmente diferentes dos espaços escolares das escolas da rede estadual, os profissionais são distintos, tanto seu ingresso, quanto sua permanência, sua formação inicial e continuada, as suas necessidades. A forma como a sociedade trata a escola municipal e espera dela é muito diferente para com as escolas da rede estadual.

Mas devido a tudo nesse país girar em torno de recursos, os municípios de São Paulo acuados e obrigados, aderiram às políticas desastrosas da rede estadual (avaliações, pacotes de formações, projetos, programas, materiais didáticos, currículo). Políticas do Senhor Feder e de seus antecessores.

Os que vieram antes dele também não eram bonzinhos, mas Feder é diferente dos demais, diz porque veio e o que realmente quer: colapsar a educação pública de todo o estado e entregar de mãos beijadas ao setor privado. Hoje secretarias municipais de educação estão sob o chicote das Diretorias de Ensino, as famosas e eternas delegacias de ensino, que realmente estão comportando-se como delegacias: investigam, fazem diligências nas escolas, oitivas, confronta testemunhas e culpados do crime que os governantes criaram, julgam e determinam a pena prevista na lei que eles aprovaram.

Onde está o Ministério Público?

Não duvido que num futuro bem próximo professores, diretores, coordenadores, supervisores e outros profissionais da educação, que diante de todo o cenário que se instalou na educação do estado de São Paulo, seja nas escolas da rede estadual ou nas municipais, pelo seu próprio bem mental e físico guardem seus ideais, suas experiências e vivências educacionais, os seus conhecimentos da área, peguem seu boné, como diria minha professora da graduação, apaguem o quadro (se é que ainda há sinal dele nas salas de sala), as luzes e [...]

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