CRISE HÍDRICA

Redução de dependência do Batalha anunciada há 2 anos não vingou

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Pedro Romualdo/Câmara de Bauru
O então presidente do DAE Marcos Saraiva em audiência na Câmara; ao fundo, Coronel Meira, que contestou o anúncio na época
O então presidente do DAE Marcos Saraiva em audiência na Câmara; ao fundo, Coronel Meira, que contestou o anúncio na época

Há quase dois anos, em setembro de 2022, o então presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) Marcos Saraiva anunciou uma conquista que parecia ser inédita. Disse que a autarquia havia reduzido o número de moradores de Bauru que dependem dos recursos do Rio Batalha. Hoje os números contrastam a informação da época.

A diminuição era drástica, anunciou o presidente. Segundo ele, a redução da dependência do Batalha caiu dos 35% da população bauruense para 22,5%. Em números, os antes 140 mil bauruenses cujo abastecimento exigia recursos do Batalha passaram a ser 90 mil.

“Segundo o presidente Marcos Saraiva, a diminuição do percentual só foi possível em razão da perfuração de novos poços na cidade, bem como a execução de interligações na rede, para levar água dos aquíferos a estas regiões antes abastecidas pelo Batalha”, publicou o JC na época após entrevista com o dirigente (leia mais aqui).

Saraiva repetiu a informação várias vezes, inclusive em reuniões na Câmara. Passados quase dois anos, porém, essa redução simplesmente deixou de ser mencionada. O próprio DAE, hoje presidido pelo engenheiro  Leandro Joaquim, admite que a informação do ex-presidente estava equivocada e que o percentual de munícipes que dependem do Batalha equivale a 27%.

Questionada pelo JC, a nova gestão da autarquia, que assumiu depois de Saraiva se mudar para Manaus, afirmou que o sistema de captação do Batalha produziu 12,8 milhões de metros cúbicos de água em 2022, o que equivale a 26% da produção total do período.

Em 2023 a dependência do Batalha cresceu 1%: foram 13,2 milhões de metros cúbicos de água produzidos, o que representa 27% da captação total no período. “Em 2023, a porcentagem foi maior porque a quantidade de água na lagoa também foi maior, permitindo a captação de mais água”, disse o DAE em nota ao JC.

Na sessão seguinte ao anúncio, em 12 de setembro de 2022, o vereador Coronel Meira (Novo) comentou o anúncio de Saraiva. “Eu não acredito”, bradou. “Em que pese a afirmação de representantes do DAE, se isso fosse verdadeiro teríamos água suficiente na lagoa [de captação]”, observou.

Comentários

3 Comentários

  • LUIS ROBERTO ROMERO 18/05/2024
    Nenhum governo vai resolver isso. O atual vai empurrar com a barriga. Quero ver o que a Prefeitinha vai dizer nas campanhas. Só os crentes acreditam nela.
  • Marco 18/05/2024
    Eu acredito que tinha que juntar todas as forças executivas e desassoriava a lagoa resolveria e muito o reservatório de água.
  • APARECIDO DE OLIVEIRA LIMA 18/05/2024
    É POR ISSO QUE TEM QUE SER PRIVATIZADO TUDO PRA DEIXAR DESSES BLÁ BLÁ NOTÍCIAS AO VENTO VAMOS PRIVATIZAR TUDO AÍ A CIDADE GANHA COM CERTEZA