77ª EDIÇÃO DE CANNES

Abertura do Festival de Cannes imagina filme feito por IA

Por FolhaPress |
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Cannes abriu sua 77ª edição nesta terça-feira (14)
Cannes abriu sua 77ª edição nesta terça-feira (14)

O Festival de Cannes não é conhecido exatamente pelos critérios refinados na hora de escolher seus filmes de abertura. A sensação é de que, com tanta energia posta na seleção competitiva, o longa que dá o pontapé no evento acaba estando lá por força da influência de seus realizadores e pelo óbvio protecionismo francês com sua produção.

Nesta terça-feira (14) não foi diferente. Cannes abriu sua 77ª edição com o simpático "The Second Act" -"Le Deuxième Acte", ou o segundo ato, no original -, de Quentin Dupieux, cineasta francês que já tinha levado "Rubber, O Pneu Assassino" à mostra paralela Semana da Crítica e "Fumar Causa Tosse" às sessões da meia-noite.

Simpático porque não é um filme que dá a sensação de estar abrindo o evento com chave de ouro, de estar pondo nas telas um espetáculo cinematográfico. É o que costuma acontecer quando se escolhe um longa fora da competição para a abertura - o último a tentar a Palma de Ouro foi "Annette", há três anos, de uma teatralidade arrebatadora.

A escolha desta edição vem no rescaldo do constrangedor "Jeanne du Barry" do ano passado, que por ironia trazia Johnny Depp, pouco após o divórcio hipermidiático de Amber Heard, carregado de acusações de violência doméstica, numa trama que se propunha feminista, na corte de Luís 15. O título ao menos atraiu uma boa quantidade de holofotes para Cannes.

"The Second Act" está distante das intrigas palacianas e dos visuais hiperbólicos do antecessor, mas talvez seja ainda mais arriscado. No filme, Dupieux descortina o cinema e tece uma curta - são apenas 80 minutos - reflexão sobre o estado desta arte tão querida aos franceses.

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