Minha mãe Celina, faria dia 6 de abril 104 anos...
Mulher guerreira, lutadora, sem medo da vida, procurou sempre transmitir a nós, filhos, Paulo, Carlos e Celina Elizabeth (em memória) que a forma de vencer na vida seria através do estudo, pois ninguém poderia tirar esse de vocês, dizia ela...
Amante da arte, sempre procurou cercar-se de pessoas que tivessem um gosto pela música, pelo teatro, pela poesia...
Fora criada ouvindo rádio, com as transmissões de novelas, shows, que na época eram transmitidos via rádio, que era o único elemento que havia na época...
Amante que era do teatro, fundou na sua escola de datilografia, Escola Progresso, o grupo de teatro que apresentava esquetes rápidas quando da formatura dos grupos de datilografia.
Surge um aluno de nome Julião, que no intervalo da aula falou:- "D. Celina, vamos montar um espetáculo, aqui mesmo na sala de aula... "
"O Armando tem o pai que é pedreiro e consegue as tábuas e os cavaletes para montarmos o palco. A senhora escreve o texto e eu represento junto com o Abel de Abreu, o Português"...
Pronto, estava lançado o grupo teatral que mais tarde seria o Gil Vicente...
Sempre foi amante do bom teatro, clássicos como "Ceia de Cardeais", de J. Dantas, "Tú so Tú Puro Amor", de Luiz Vaz de Camões..., achava que com o clássico teatro o jovem teria como aprender sempre mais e mais...
Sempre, sempre, lia, estudava e procurava conhecer através dos livros, enciclopédias, pois na época não havia outro recurso, a não ser os livros...
Respirava cultura, tinha sede de cultura, e através dos livros e enciclopédias ia formando o seu vasto conhecimento...
Como diz Carlos Drummond de Andrade: "A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede."
Ela tinha essa sede em sempre querer aprender mais e mais.
Um verdadeiro exemplo à sua época e nos deixou um grande legado, sua cultura. A ela rendo minha homenagem. Saudades...
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