OPINIÃO

Pet incomoda

Por Profa Dra Terezinha Santarosa Zanlochi |
| Tempo de leitura: 3 min

Agora já não tenho dúvidas. Incomoda. Aprendi isso de uma forma excelente, com uma interlocutora que, no contrapé, está ciente de que pet não incomoda.

Só que a pergunta que deu origem ao meu artigo ainda persiste, porque se algo não incomoda, qual seria a necessidade de leis federais, estaduais e municipais para organizar o que não existe?

Por outro lado, perceber a valorização de um artigo despretensioso com a devida correção foi saudável. Intelectual é assim mesmo. Sedento e inquieto. E pensar que esse diálogo nasceu de uma pergunta! Coisas de estudiosos. Particularmente, o prazer veio do fato de que, embora idosa, tive a oportunidade de conferir que ainda não perdi o meu significado!

Meu texto foi útil para provocar os conhecimentos sobre a Constitucionalização de Direitos dos Animais, bem como a divulgação por meio desse Jornal, das outras leis elaboradas. Usufruímos de um tempo precioso para a fundamentação teórica, de forma compatível com os atores envolvidos. Somamos aos conhecimentos dos nossos leitores sobre leis, humanos, convivências e pets. Bingo!

O "Pet incomoda?" não se restringiu a limites geográficos. Ele privilegiou o conteúdo das Leis citadas. Certamente não foram tiradas do contexto no qual as inseri. E mediante os conhecimentos apresentados, a "Cartilha de Bauru" sobre animais domésticos merece ser revisitada. Vai melhorar a vida dos pets e, no desdobramento, educar pessoas. Principalmente alertar aquele humano que joga ração e água aos pets de rua, porque "pode ser enquadrados como ( ... ) crime pela autoridade policial". (TL.JC, 30,31/3 e 1/4).

Essas pessoas são de boa fé, aparecem na boca da noite e focados na sua ação se esquecem das câmeras de segurança na vizinhança, de fotos e filmes que podem ser feitos à distância, das digitais nos potinhos de água, das larvas de Dengue no potinho cuja água não foi trocada por dias ou quem sabe, um policial de campana, enfim...

Saber que estamos do mesmo lado me anima. Queremos proteger os pets, embora Deus não seria ELE se tivesse criado qualquer animal nesse mundo que dependesse de humanos para viver. Bastaria que os humanos os respeitassem. Tudo daria certo. Cada qual no seu quadrado, como dizem. Me condeno por ter lindas carpas debaixo de meus cuidados. Quanto elas não dariam para estar no próprio habitat.

Crucificar o poder público pelo descuido e até maus tratos aos animais é praxe. Aliás, ele é sempre o vilão. Independentemente de julgamentos, ele rende Ongs, cargos ou legislaturas, quando alguém diz que tem solução para melhorar o sistema. Mas, vamos insistindo. Um dia, pode ser que a gente consiga.

Dia 28 vem aí. Talvez houvesse um diferencial proativo, se fosse viável a parceria entre lojas comerciais do ramo, as Ongs de pets de Bauru e um representante do poder público, para elaborar políticas públicas ou programas educativos para humanos que desejam comprar ou adotar pets.

Preservadas as devidas proporções, treinamentos semelhantes aos que existem na União Europeia, por exemplo. Treinamento mesmo, sério e eficaz, adestrando um pet-cão a não latir, como na Suíça. Insistir num imposto municipal, como o Hundesteuer, na Alemanha, para aqueles que desejam ter um pet.

Inovar o modelo Holandês para acabar com os animais de rua. Propor uma lei que valha para Bauru, exigindo a marcação do animal com um microship, que não é tão caro ($40) e guarda todas as informações necessárias à qualidade de vida dos pets e a devida identificação de seus donos. E paralelo a isso, um up: um Banco de dados de Pets.

São sugestões que faço com seriedade e consciência, para além de todas as dificuldades inerentes aos trabalhos já efetuados. Sem discutir méritos. São escolhas.

Ah! O seu sobrenome me lembra a primeira mulher advogada de Bauru... Será? Família tradicional na terrinha. Mas, às vezes minha memória me trai. À demain!

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