A Liturgia celebra neste domingo a festa de São Pedro e São Paulo, Apóstolos e Mártires, que estão na origem da nossa Igreja. Celebra-os juntos, São Pedro como chefe da Igreja e São Paulo como apóstolo dos gentios. No entanto, popularmente, nosso povo festeja, principalmente, São Pedro que com Santo Antônio e São João Batista são os três santos mais festejados pelo Brasil afora com as tradicionais festas populares constituídas de Missas, rezas, procissões e arraias. Quem não gosta destas festas juninas de nossos santos mais populares, que vêm de nossos tempos de Colônia e que expressam a nossa tradicional identidade cristã? Os irmãos evangélicos fingem que não se lembram mais desses antigos costumes. Mas, muitos desses irmãos crentes nem dão bola para seus pastores e juntam-se ao povão católico, inclusive louvando a Maria.
No Evangelho da Missa - Mt 16,13-19 - Jesus pergunta aos discípulos: "E vós, quem dizeis que Eu sou?" Simão respondeu: "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo". Respondendo, Jesus lhe disse: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".
Jesus trocou o nome de Simão para dar significado à sua nova "vocação e missão", qual seja, a de ser pedra, rocha, sobre a qual Ele construirá a sua Igreja, a ser edificada tão solidamente quanto necessário, a fim de que nenhum poder, nem mesmo diabólico, a pudesse vencer, firmando a sua unidade e comunhão na identidade da sua fé mediante a outorga a ele do poder das chaves do Reino dos Céus. Essa é a fé da Igreja Católica, que vem desde os Apóstolos, a fé no "Primado de Pedro" como uma instituição divina. Do Senhor, Pedro recebeu o poder superior de ligar e desligar, isto é, de acolher e excluir, de absolver e condenar referentemente não só às pessoas quanto às doutrinas e aos costumes. Jesus, "pedra angular" da Igreja (At 4,11), constituiu Pedro como "pedra fundamental" da sua Igreja. Concedendo-lhe as chaves do Reino dos Céus, o fez "Cabeça da Igreja". Nós, cristãos católicos, somos muito felizes, porque temos como "pedra angular" da Igreja Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre, e "pedra fundamental" Pedro e seus sucessores. Com efeito, na nossa Igreja, por vontade divina, o ministério apostólico foi exercido a começar pelos doze, depois também por Paulo, Timóteo e por aqueles que se juntaram a eles ou os sucederam através dos tempos.
O nosso Catecismo ensina que: "O Papa é o sucessor do Apóstolo São Pedro, bispo de Roma. Como São Pedro fora o primeiro entre os Apóstolos, o Papa, seu sucessor, tem a presidência do colégio dos bispos. Sendo o Vigário de Cristo (que está no seu lugar), o Papa é o pastor supremo da Igreja" (n.141). Por isso, Roma foi a sede da Igreja que Pedro dirigiu e o lugar do seu martírio, como também do Apóstolo Paulo; e tornou-se a sede temporal da Igreja Católica. O Concílio Vaticano II afirma que: "O Romano Pontífice, em virtude de seu cargo de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, tem poder pleno, supremo e universal sobe a Igreja (Lumen Gentium,22). Afirma também que ele "é o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade, quer dos Bispos quer da multidão dos fiéis" (idem,23). Pedro representa na Igreja o carisma da "responsabilidade institucional", e Paulo, o da "criatividade missionária". Ambos são chamados como "colunas da Igreja".
Neste dia, a Igreja celebra o "dia do Papa". Supliquemos a Deus pelo nosso Papa Francisco, sua saúde, seu ministério apostólico de Vigário de Cristo da Igreja, seu serviço em favor da paz e justiça entre as nações e do bem de toda a humanidade.