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IMPASSE
Emdurb condiciona reajuste salarial à aprovação de pacote contra rombo
Governo municipal enviou nesta segunda-feira (27) cinco projetos para combater déficit financeiro da empresa pública
Por André Fleury Moraes | 28/03/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação
Priscila Medeiros/Emdurb/Divulgação
A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano de Bauru (Emdurb) trava um impasse com o Sindicato dos Servidores Municipais (Sinserm) e só garante o reajuste salarial a seus funcionários depois da aprovação de um pacote de medidas saneadoras à crise financeira que a empresa enfrenta.
O pacote inclui cinco Projetos de Lei (PL) que vão desde ajuste orçamentário a socorro financeiro. Todas as propostas chegaram à Câmara Municipal ontem (27).
O primeiro projeto prevê a formalização de um convênio entre a Emdurb e a prefeitura para gerenciar questões de trânsito. A Emdurb já realiza o serviço hoje, mas é contratada em regime de prestação de serviços e só recebe valores no prazo determinado em contrato.
O convênio dá aval para que a prefeitura forneça "socorro" às questões mais urgentes da empresa e não inclui as centenas de cláusulas geralmente previstas nos contratos de prestação de serviços. Na prática, a Emdurb vai prestar contas do que realizou e receber a partir disso.
Medida semelhante vale para o aeródromo de Bauru, cuja gestão o município quer delegar à Emdurb também a partir de um convênio.
O governo também atua para reduzir cargos em comissão na empresa pública. Um dos projetos prevê a extinção de 32 vagas comissionadas. Nos cálculos da administração, o fim dos cargos gera uma economia anual de mais de R$ 1 milhão.
FUNCIONÁRIOS
Outra aposta da Emdurb está na instituição do Plano de Demissão Voluntária (PDV) aos funcionários da empresa. O Palácio das Cerejeiras, em um terceiro projeto, pede autorização para repassar R$ 6 milhões em indenizações aos colaboradores que aderirem ao PDV.
Há também uma proposta que autoriza a empresa pública a ceder funcionários aos demais entes da administração direta e indireta do município, como DAE e Funprev. Neste caso, o órgão que receber o colaborador arcará com as custas como salário, indenizações e demais questões trabalhistas. A medida, segundo a Emdurb, vai permitir a desoneração temporária da empresa.
TETO?
O quinto projeto que chegou na Câmara proíbe a Emdurb de criar ou aumentar despesa com pessoal por meio de ato normativo enquanto estiver com déficit financeiro ou orçamentário, exceto no caso de reposição dos salários - daí a pressão pelo reajuste.
Apesar do otimismo com os projetos de saneamento a uma empresa que acumula déficits mensais e um rombo superior a R$ 30 milhões, vereadores se incomodaram com o condicionamento dos reajustes dos funcionários da Emdurb à aprovação das medidas.
Há a avaliação de que os projetos ainda precisam ser analisados um a um, o que exige tempo, e que na prática o governo passa, forçosamente, a responsabilidade sobre os reajustes à Câmara. O presidente da Emdurb, Donizete do Carmo, pediu celeridade na tramitação dos projetos. Mas não nega que pode enfrentar resistência.
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