COLUNA

Liberdade

Por Carlos Brunelli | 04/02/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril

Logo no livro de abertura das Escrituras Sagradas, lá está ela presente, quando opõe o casal recém-criado por Deus à opção de desfrutar ou não do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Vá para o 2º livro - Êxodo - e também a encontrará na angústia do povo hebreu às margens do Mar Vermelho, tendo à frente aquela imensidão de água e atrás de si o furioso exército egípcio, o mais bem equipado e poderoso da época, com seus carros de guerra e cavaleiros. Folheie mais um pouco e a encontrará junto a Josué em suas inúmeras batalhas contra os povos pagãos que habitavam a Canaã prometida. Passeie nos livros proféticos - Isaías, Jeremias, Jonas, Miquéias, Malaquias - todos eles elevam a voz em favor dela. Invada o Novo Testamento e deparará com o apóstolo Paulo a mostrar onde ela está: "... onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2 Coríntios 3.17)

Estamos falando da liberdade. É importante observar que ela sempre caminha acompanhada de outro aspecto, o qual tem o propósito de a ela nos impulsionar, como a mostrar que não pode ser obtida por si só, mas sim por uma decisão. Adão e Eva, o primeiro casal humano, optou por desobedecer à ordem divina e a consequência foi a mancha do pecado a ser impingida em toda a raça a partir de então. A liberdade estava ligada à obediência. Os aflitos hebreus por certo viveram momentos de pavor ao enfrentar as paredes de água que os ladeavam enquanto venciam a travessia do Mar Vermelho a pé enxuto. E mesmo Moisés, somente revestido da mais absoluta fé é que pode estender seu cajado em direção ao mar, a mando de Deus, para que as águas se abrissem. Liberdade atrelada à coragem, no primeiro caso, e à confiança, no segundo. Os profetas pregavam a necessidade de arrependimento ao povo apartado de Deus, pois só assim deixariam de ser subjugados e escravizados pelas nações que insistentemente invadiam terras israelitas. Liberdade obtida pela confissão dos pecados cometidos e comprometimento de andar nos caminhos retos do Senhor. Josué era servo fiel e em tudo pedia orientação a Deus. Nada fazia se não fosse pela vontade do Pai , assim, conduzia o povo às conquistas. Liberdade pela submissão ao Todo-Poderoso.

Não é fácil abrir mão dos aparentes deleites que a vida fácil, secular e sem propósito desta sociedade-herança de Adão e Eva nos oferece. Mas se fomos criados à semelhança de Deus, não fomos feitos para esta vida, mas sim para a vida eterna. E para a alcançarmos é necessário obediência à Palavra de Deus; coragem para abandonar os efêmeros prazeres; confiança (fé) nas promessas divinas; confessar nossos pecados e arrepender-nos de todo o coração, comprometendo-nos a andar nos caminhos do Senhor; submetermo-nos à vontade do Todo-Poderoso.

Interessante que a rebeldia, a dúvida, a indecisão, a desconfiança momentânea anteciparam a tomada de posição de vários dos personagens acima citados. Os hebreus investiram contra Moisés por tê-los levado àquela situação aparentemente sem saída; Moisés, ao mesmo tempo em que tentava aquietar seus comandados, por um instante incrédulo clamou a Deus e foi por ele advertido: "Por que você está clamando a mim? Diga aos filhos de Israel que sigam avante. E você, estenda sua mão sobre o mar" (Êxodo 14.15), como a dizer 'simplesmente confie'. O profeta Jonas chegou a fugir da presença de Deus e de seu chamado para pregar contra Nínive.

É natural que você também vacile num momento de tão grande, importante e vital decisão, mas se anseia por liberdade, paz e vida eterna, não hesite, simplesmente confie. Como ensinou Jesus, que é o próprio Deus, "Negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Lucas 9.23), pois "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8.31)

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

60 anos atuando Soli Deo Gloria

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