DEMISSÃO

Anhanguera demite docentes e migra para EaD em Bauru

Instituição deixará o prédio atual e manterá somente dois cursos presenciais na cidade

Por Tisa Moraes | 20/12/2022 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Malavolta Jr./ JC Imagens

Anhanguera sairá do prédio na avenida Moussa Nakhl Tobias
Anhanguera sairá do prédio na avenida Moussa Nakhl Tobias

A Anhanguera Educacional demitiu cerca de 70 professores em Bauru e deixará o prédio da avenida Moussa Nakhl Tobias para funcionar, predominantemente, como um polo de educação a distância (EaD), em um espaço menor. A informação foi prestada pelo Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Bauru e Região (Sinprobau), que realizou reunião online com parte destes docentes na tarde desta segunda-feira (19).

No encontro, eles relataram que foram pegos de surpresa após começarem a ser notificados sobre as rescisões contratuais e o cumprimento de aviso prévio há uma semana, a partir do dia 12. Alguns teriam recebido a informação presencialmente e outros, por e-mail.

Por meio de nota, a instituição disse que apenas os cursos de Direito e Psicologia serão ofertados em novo endereço, a partir de janeiro de 2023. A localização do prédio onde funcionará o polo, solicitada pelo JC, não foi informada.

"Os demais cursos serão ofertados na modalidade EaD pela Anhanguera, credenciada nesta modalidade, e serão geridos pelo nosso parceiro", acrescenta a empresa, sem revelar o nome da terceirizada e quais cursos passam a ser ministrados 100% a distância.

Ainda de acordo com a Anhanguera, no próximo ano letivo, os universitários (o número de matriculados também não foi informado) poderão dar continuidade aos seus estudos na modalidade EaD ou, no caso dos cursos de Direito e Psicologia, presencialmente, com a mesma grade que estava em andamento. "A instituição ressalta que os alunos estão sendo devidamente comunicados", acrescenta.

SINDICATO

Presidente do Sinprobau e diretor da Federação dos Professores das Escolas Particulares do Estado de São Paulo, Sebastião Clementino da Silva, o professor Macalé, informou que, após a rescisão dos contratos, os direitos trabalhistas dos 70 docentes serão pagos no prazo de dez dias, conforme prevê a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Outros benefícios, como a manutenção do plano médico por três meses e da gratuidade das mensalidades para alunos da instituição que são filhos de professores, também estariam em negociação.

"O sindicato entrará em recesso e retorna no dia 9 de janeiro, data em que a entidade ficará à disposição de cada um dos docentes. Iremos conversar com o nosso jurídico para prestar orientações, dependendo da verba rescisória que eles receberem", pontua.

'COMO MERCADORIA'

Macalé criticou a forma como os professores foram demitidos pela Anhanguera, alegando que faltaram "bom senso e mais transparência" com os profissionais sobre o processo de decisão que levou ao fechamento dos cursos presenciais em Bauru. "Eles foram tratados como se fossem mercadoria. Estão indignados com a falta de consideração e preocupados em relação ao futuro, diante desta notícia dada de supetão, de forma desumana, em pleno fim de ano", reclama.

A instituição foi questionada pela reportagem, mas não se manifestou sobre a crítica feita pela entidade sindical. Também não informou exatamente quantos profissionais da unidade, incluindo os docentes, foram demitidos. "A Anhanguera esclarece que permanecerá operando normalmente em Bauru e reforça que continuará prestando um serviço educacional de excelência aos alunos", destacou, finalizando a nota.

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