Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

20/11/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Hoje, no calendário da Igreja se encerra o ano de 2022, com a celebração litúrgica solene de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No próximo domingo tem início o ano de 2023, com o tempo do Advento iniciando que nos encaminha mais uma vez rumo ao Natal do Senhor.

São Lucas nos relata, no trecho evangélico da Missa de hoje, a cena do Calvário - Lc 23,35-43. Nesse cenário da cruz, a Igreja proclama a realeza de Cristo, pois Jesus, fazendo-se obediente à vontade do Pai até à morte na cruz, foi desse modo elevado à condição de Senhor, nosso Salvador, Rei do Universo, vencedor do pecado e da morte. Eis aqui o paradoxo da cruz; da cruz veio para nós a salvação operada por nosso Deus e com a cruz se inicia o Reino de Cristo no mundo. São Paulo, entendendo esse mistério de Cristo, expressa o paradoxo assim: "O Crucificado que se tornara escândalo para uns e loucura para outros transformou-se para os que nEle creem em graça de salvação". "Fora necessário que Cristo sofresse para entrar na sua glória" e "fora necessário para a redenção da humanidade. Segundo ele, a morte de Cristo na cruz restaura a inocência original perdida pelo pecado dos nossos pais no paraíso.

Por sua vez, os dois condenados e crucificados com Cristo no Calvário atestam, embora contrariando a lógica, o mistério redentor de Cristo. O mau ladrão e os soldados não insultam a Jesus porque Ele é rei, ao contrário as ofensas até que comprovam a sua realeza, mas O ofendem para atingi-Lo na sua divindade e negar que Ele seja Deus. O bom ladrão, ao contrário, com a sua fé na divindade do Senhor, ganha de imediato de Jesus a reconciliação com Deus e a promessa de logo mais entrar com Ele no paraíso. No alto da cruz do Senhor permaneceu estampada a inscrição do "INRI", Jesus Nazareno Rei dos Judeus, em hebraico, latim e grego.

A Igreja nos ensina que Jesus, Rei do Universo, não deve ser visto como um rei humano que governa um pedaço geográfico e político da terra, mas como um rei divino, que Ele é de fato, conforme demonstrou pelo modo como venceu a morte e o pecado, portanto, rei de outro reino. Jesus mesmo já disse que o seu reino não é deste mundo, mas é o Reino de Deus, do amor, justiça e paz.

Para fechar o ano a Igreja celebra a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, Senhor da Paz e da Unidade. Como reflete o Apóstolo Paulo, a realeza de Cristo é de origem divina, Ele é imagem de Deus, tem a primazia sobre todas as coisas, porque tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é a cabeça da Igreja, o princípio e o primogênito dentre os mortos. NEle Deus quis habitar com toda a sua plenitude e por Ele reconciliar consigo todos os seres, realizar a paz por seu sangue (cf. Cl 1,12-20).

Que o Senhor nos dê a graça de perseverarmos na prática contínua das boas obras de misericórdia.

Encerrando o ano, a Cristo Rei, princípio e fim, alfa e ômega, sejam tributados todo o louvor, honra e glória. Amem!

Dom Caetano Ferrari - Bispo Emérito de Bauru

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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