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Bancários: greve atinge 1 mês amanhã

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 2 min
A greve dos bancários completará 30 dias amanhã, quando se tornará a mais longa mobilização da categoria dos últimos 12 anos. Na tentativa de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a agendar nova rodada de negociações, gerentes de agências fizeram paralisação de um dia, ontem, em todo o País, inclusive em Bauru.
Conhecidos pela forte mobilização que resulta em paralisações em praticamente todos os anos, os bancários ficaram um mês de braços cruzados pela última vez em 2004. E, até a noite de ontem, não havia qualquer previsão para a greve de 2016 acabar. 
Segundo Paulo Tonon, um dos diretores do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a paralisação dos gerentes, ontem, foi proposta pelo Comando Nacional dos Bancários e ocorreu no Brasil todo. 
Na manhã de hoje, durante reunião que será realizada entre os grevistas na rua Primeiro de Agosto, no Centro, a intenção é tentar mobilizar novamente estes trabalhadores e, assim, criar uma ferramenta para forçar a Fenaban a apresentar uma nova contraproposta à categoria. 
"Praticamente todos os gerentes pararam em Bauru. Com isso, há um impacto direto na venda dos produtos que são oferecidos pelos bancos, porque, mesmo com as agências fechadas, os gerentes acabam fazendo visitas e fechando novos negócios", pontua.  
SEM PREVISÃO
Tonon explica que a adesão mais significativa veio dos profissionais dos bancos públicos, já que os gerentes de bancos privados, em sua maioria, já haviam aderido à greve. Até ontem, cerca de 70% dos 3,1 mil bancários em Bauru e região seguiam mobilizados, segundo estimativa do sindicato. 
Procurada pela reportagem, a Fenaban informou que não há previsão de agendamento de nova rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários. A última proposta foi apresentada pela federação no último dia 28, quando sugeriu um novo modelo de acordo, com validade de dois anos, em vez de um, como ocorreu nos últimos anos. 
Para os próximos 12 meses, a oferta foi de reajuste de 7% sobre salários e benefícios - como vale-alimentação e auxílio-creche, além de abono no valor de R$ 3,5 mil. Nos 12 meses seguintes, o aumento acompanharia o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período, acrescido de 0,5%. A proposta, contudo foi rejeitada ainda na mesa de negociações.  
No ano passado, a greve dos bancários durou 21 dias. Em meio à crise econômica brasileira, a categoria obteve reajuste de 10%, com aumento real de apenas 0,11%.

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