Davison de Lucas

Que tipo de velho você pretende ser?

19/01/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Simplificando, existem dois tipos de velhos. Têm os que consideram que apenas o corpo envelhece e continuam a viver quase como antes, mantendo a mente em plena atividade. São velhinhos lúcidos, dinâmicos e admiráveis. Por outro lado, há um outro grupo mais numeroso de idosos desmotivados, vítimas quase sempre da aposentadoria, que trata-se de uma ruptura social quase que impiedosa. Dessa forma, o idoso fica praticamente sem atividades. Em alguns países, a redução de horas de trabalho é gradativa. Não ocorre de repente. Por exemplo, faltam cinco anos para o trabalhador se aposentar, ele passa a trabalhar apenas 7 horas por dia, ao invés de 8. Faltando quatro anos, ele trabalha 6 horas. Com isso, o profissional se engaja em outras atividades, de tal forma a ociosidade não tomar conta de seu tempo. Na sequência de vida do aposentado desanimado, com o tempo vem outras rupturas: familiar e, por fim, consigo mesmo. Nessas fases, o indivíduo se sente só, percebe-se fraco psicologicamente e pensa com mais intensidade no fim da vida. Com isso, sua energia mental negativa acelera o processo de envelhecimento do físico. Normalmente, nesses estágios, predominam pensamentos dos tipos: já que não posso fazer exercícios físicos devido a hipertensão, já que minha pele está enrugada, já que meus movimentos estão lentos... São linhas de raciocínio de um morto-vivo. A pessoa já morreu, mas não percebeu, uma vez que anda, come, bebe, dorme etc. Mas aí tem um equívoco. Com o cérebro é bem diferente. Ele tem outra amplitude. Só um exemplo: o ser humano possui de 13 a 14 bilhões de neurônios. Em 40 anos, aproximadamente, gasta apenas um bilhão e meio, se não consumir bebida alcoólica. E, existem ferramentas para manter a mente lúcida, explicitada em vários livros. Sempre acreditei que o ócio, além do necessário, é um dos agentes principais para que as más interpretações e problemas imaginários se instalem na mente do indivíduo. Roberto Marinho começou a TV Globo com 64 anos e morreu lúcido, trabalhando, com 98 anos. Acredito que o trabalho é um santo remédio para se viver bem. Quando falo em trabalho não se trata apenas de remunerado, mas de serviço voluntário. Servir o próximo faz muito bem para a mente e o coração. Ninguém pode presumir o quanto você pode voar, independentemente de sua idade, até você reabrir as suas asas. A vivência e o envelhecimento são da Lei da Natureza. Deixar de viver e acelerar a velhice são atos de gente fora da Lei.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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