Geral

Cartola traz vida cigana e Zona Leste apresenta a liderança de Maria Felipa

Ana Beatriz Garcia
| Tempo de leitura: 2 min

Com os tamborins já aquecidos, mais duas escolas de samba levarão todo brilho e animação do Carnaval para o Sambódromo com enredos que contam as trajetórias de um povo e de uma personagem histórica.

Na segunda noite de desfiles, o grito de "Optchá!" - saudação cigana que significa "salve" - virá da Acadêmicos da Cartola. "Nós vamos levar para a pista a trajetória dos ciganos pelo mundo até chegarem ao Brasil. Por onde começaram, onde foram rejeitados e a peregrinação deles pela Europa e Ásia até chegarem aqui", comenta Paulo Madureira, presidente da escola de samba que tem como enredo "Vida Cigana (O céu é meu teto, a Terra é minha Pátria, a liberdade é minha religião. Optchá!)".

Segundo ele, a agremiação vem com tudo para tentar o título neste Carnaval. "Os nossos carros estão maravilhosos, totalmente diferentes dos carros que já fizemos em outros anos", comenta.

Além disso, a escola que desfilará com 700 componentes em 11 alas e quatro carros. "Por coincidência, a Pérola Negra, em São Paulo, está falando dos ciganos neste ano, mas estamos saindo do 'de sempre' com índios, afros, Bahia, barroco, Amazônia. Isso é uma grande novidade", comenta destacando ineditismo.

A escola ainda conta com o casal de mestre-sala e porta-bandeira Mariana e Tico, o mestre de bateria Marcus Flores, o Baby, e o carnavalesco José Horácio Gonçalves. "Temos nossas musa e rainha da escola, que também fazem toda diferença no nosso Carnaval", finaliza Madureira.

HEROÍNA

DA INDEPENDÊNCIA

A quarta colocada no Carnaval do ano passado vem com força e garra batalhar por uma melhor classificação contando a história de uma mulher que liderou a resistência e lutou pela liberdade. Com o enredo "A lenda da princesa que incendiou o mar; seu nome, Maria Felipa", a escola de samba Tradição da Zona Leste levará à avenida a trajetória de vida da marisqueira que transgrediu os padrões impostos pela sociedade. Sendo mulher, liderou um grupo armado e, sendo negra e pobre, reivindicou direitos mesmo após o fim da guerra.

Conhecida pela população da Ilha de Itaparica, na Bahia, como a "Heroína Negra da Independência", Maria Felipa teve participação fundamental em confrontos com portugueses durante a guerra da Independência da Bahia, entre fevereiro de 1822 a julho de 1823.

"Nós gostamos muito de enredos afros e, em nossas pesquisas, vimos que esse enredo nunca foi feito nem no Rio e nem em São Paulo. E achei a história dela muito bonita, então transformamos em enredo", afirma a presidente da agremiação, Gisele Baroni. A personagem foi apenas citada no Carnaval passado pela Mangueira, no enredo "Marias, Mahins, Marielles".

Com 400 componentes em 12 alas e cinco carros, Gisele aposta em um desfile bonito e na esperança de que corra tudo bem, após a preparação nos últimos 7 meses. A Tradição da Zona Leste ainda conta com o casal de mestre-sala e porta-bandeira Denise e Diego, a bateria de Luigi e Paulo e com o carnavalesco Edgard Rodrigues. "As nossas fantasias estão diferentes, bonitas e mais coloridas neste ano", conclui Gisele.

 

Comentários

Comentários