Davison de Lucas

Cartão de apresentação do desejo

28/02/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Por que a língua vem escondida atrás de dois paredões, os lábios e os dentes? No popular, se responde que é porque ela pode julgar, ofender, fofocar, mentir e trair. Mas também ela pode elogiar, pedir perdão, explicar, ensinar, consolar e curar. A ausência do bem e o bem estão presentes nas duas possibilidades.

Quando a língua solta a palavra, já é a última instância. Não tem como retornar a fala emitida. Tudo começa no departamento de desejo do processo mental, devido uma razão, que por sua vez, na forma de pensamento, averigua se tem sentido aquilo nos departamentos de memória, de imaginação e de inteligência, gerando com isso um sentimento. Com essas informações, a gerente geral dessa organização da mente, conhecida como vontade, autoriza ou não a liberação da fala.

Em resumo, a palavra de uma pessoa sincera é o cartão de apresentação de seu desejo.

Entre cada uma dessas atividades da mente tem-se um lapso de tempo para que o autor da intenção interrompe ou propague a palavra. Surge aqui um questionamento: O que corrompe esse processo? São influências geralmente relacionadas com o interesse pessoal.

Acrescenta-se aí o pensamento acelerado, tão comum nos dias atuais, que provoca o aumento de riscos de não se conseguir frear determinada linha de raciocínio e consequentemente utilizar fala inadequada.

Por isso que é de suma importância reservar tempo para introspecção e verificar as realidades internas.

Eis aqui algumas dicas simples para não falar o que não quer e utilizar a palavra da melhor maneira possível:

Dormir bem, para ter um maior controle dos sentidos; aprender a controlar a velocidade de pensamento, através de respiração correta; controlar sempre a primeira ideia que vem, visando passar pelas análises de risco de problema, de probabilidade de ocorrer e de consequência; e garantir estar na positividade, que possibilita discernir melhor a realidade dos fatos internos e externos. Além disso, a prática do silêncio é recomendável. Eis abaixo um texto pertinente que recebi através de uma mídia social.

"O Silêncio ajuda sempre: Quando ouvimos palavras infelizes, quando alguém está irritado, quando a maledicência nos procura, quando a ofensa nos golpeia, quando alguém se encoleriza, quando a crítica nos fere, quando escutamos a calúnia, quando a ignorância nos acusa, quando o orgulho nos humilha, quando a vaidade nos provoca, quando o silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo."

Fica claro aqui que no silêncio, Deus fala.

Alguém pode questionar: tem de fazer tudo isto? Será que consigo? Tem-se que ter consciência que estamos em um processo evolutivo e determinada situação exige darmos um pouco mais de nós.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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