Davison de Lucas

A coragem de um rato

13/03/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Conta a estória de um rato que vivia quase paralisado devido ao medo de um gato. Por sua sorte, apareceu um gênio com poderes que ofereceu a realização de cinco desejos. O camundongo pediu, então, que o transformasse em gato. Dito e feito, mas a partir daí, passou a ter medo do cachorro. Mais um desejo e foi transformado em cachorro. Um novo receio surgiu, agora perante ao lobo. O roedor utilizou mais um desejo e passou a ser um lobo. Como era de se esperar, sentiu temor do elefante. Ao ser transformado naquele grande animal, ele passou a ter medo de rato, uma vez que é da natureza do elefante ter pavor do camundongo. Sem saída, contra a sua vontade, voltou a ser rato. E, lamentou: "infelizmente desperdicei grandes oportunidades e descobri que tenho a coragem de um rato. Este é o meu eu verdadeiro, hoje." Estima-se que, durante a pandemia, por volta de 80% da população mundial mergulhou em receio acima do normal, que é compreensível considerando ter sido algo desconhecido, bem como devido à pressão exagerada e intensa feita pela grande mídia tradicional. Como o sentimento é uma onda eletromagnética, similar à de rádio e TV, estar em comunidade é estar imerso em um oceano de energia, onde facilmente pode-se ser impregnado com esse tipo de percepção muito mais potencializada. Nesse caso, para se imunizar, é necessário se autoconhecer profundamente, visando discernir quais são os seus verdadeiros sentimentos. Fazendo analogia, autoconhecimento tem a ver com conhecer as reações da mente, que podem ser comparadas com as de alguns animais. Por exemplo a mente pode ser assemelhada a um cavalo selvagem, uma vez que não é fácil dominá-la; com um macaco brincalhão, considerando que gera situações que mais parecem brincadeiras infantis. Por outro lado, nem bem acabou a pandemia, um outro evento surge no cenário internacional provocando receio. Trata-se do conflito entre a Otan e a Rússia, envolvendo a Ucrânia. Fica aqui uma pergunta: será que entramos em uma era do medo exagerado coletivo? Se realmente for isso, teremos de vigiar nosso campo sentimental para não cair nessa prisão mental. O poder da escolha é seu. Você pode ser uma luz na escuridão. Uma amiga religiosa me confidenciou que, nesses dois últimos anos, visando se desvencilhar desse tipo de energia, dizia para si mesma: "este sentimento não me pertence, em nome de Jesus Cristo". Segundo ela funcionou. Refletindo como pai, me perguntei, recentemente: qual seria os melhores legados que deveria deixar para as minhas filhas? Até o momento, defini os seguintes: capacidade de buscar a verdade, ter a coragem de enfrentar qualquer situação e ter a competência de transformar o medo em capacidade de lutar. Viva as experiências da Vida.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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