Coluna Animal

Cuidados com os pets no frio

Várias iniciativas simples ajudam a deixar aquecidos os animais de estimação

23/04/2022 | Tempo de leitura: 4 min

A Coluna Animal dessa semana vai tratar dos cuidados que os tutores devem ter com os pets nos dias frios que já estamos vivenciando e que se intensificarão até o final do mês de agosto. Sendo assim, os cuidados com os nossos amados animaizinhos nessa época do ano devem ser redobrados, a fim de evitar que tenham algumas enfermidades e sofram.

Fernanda Silva Dualibi (@fernandadualibi), médica veterinária do Instituto de Saude Animal (ISA) - @institutodesaudeanimal - informa que animais de qualquer idade estão sujeitos às consequências das baixas temperaturas do outono/inverno. Com dias mais curtos, temos menor quantidade de luz natural e temperaturas mais baixas que acabam provocando mudanças fisiológicas importantes. Raças de cães mais lanosas de pelagem mais densa tais como São Bernardo, Husky Siberiano, Chow Chow adaptam-se melhor às baixas temperaturas, mas também temos os pets de pelagens mais curtas e que sofrem mais nessa época. Devemos tomar cuidados especiais com eles.

Um dos principais é manter o pet aquecido.

Não se deve levá-lo para passear no início da manhã e no fim de tarde ou à noite, quando as temperaturas estão muito baixas. O pet, preferencialmente, deve passear nos horários mais quentes do dia. Animais que vivem em casinhas no quintal merecem atenção especial: forre a casinha com material isolante e jornal, para evitar a umidade e para que a casinha permaneça aquecida. A casinha nunca deve ficar em local com correntes de vento, deve ficar sempre protegida o máximo possível, de forma a minimizar o frio que o pet pode sentir. O tutor deve adicionar cobertores para que o seu pet se mantenha aquecido e o vista com roupas próprias para animais, feitas de material macios e que esquentem o animalzinho.

A alimentação do pet nessa época também requer cuidados especiais. Assim como os seres humanos, os animais sentem mais fome no inverno. Cada animal é único e possui suas necessidades particulares. A médica veterinária recomenda aumento de no máximo, 20% de sua dieta. O tutor deve ficar atento ao ganho de peso de seu animal: com mais comida e menos atividade física, a tendência é que eles ganhem uns quilinhos. E isso pode ser bastante prejudicial à saúde do seu animalzinho de estimação, ao longo dos anos.

Quanto aos cuidados com a higiene, a recomendação é fazê-la pelo menos uma vez por semana. A profissional recomenda banhos quentinhos e rápidos, e evitar as hidratações em dias muito frios. As tosas na tesoura são boas pedidas para que os pets possam usar roupas sem dar nós em seus pelos. Além da periodicidade dos banhos, fique atento também aos horários, dando preferência às horas mais quentes do dia. O inverno é a época do ano em que se registra mais casos de otites e dermatites. Procure sempre um profissional especializado para dar banhos em seu animalzinho, evitando que seu pet fique úmido e acabe desenvolvendo as patologias de pele.

Quanto a saúde do animal, é necessário dar uma atenção aos animais que sofrem de algumas patologias, portadores de problemas crônicos como por exemplo: ortopédicos e cardíacos, cujo quadro de saúde pode agravar durante o inverno. Pets filhotes e idosos podem estar mais suscetíveis a algumas doenças, como a gripe canina e a Rinotraqueíte Viral Felina. Algumas patologias costumam aparecer nessa época do ano tanto em cães como em gatos. Nos cães temos a Gripe Canina, transmitida pelo vírus H3N8, e uma doença contagiosa apenas entre os cães. A Gripe Canina pode ser transmitida por contato direto entre os caninos, através de secreções respiratórias e objetos contaminados, os brinquedos, comedouros e bebedouros de água.

A médica veterinária informa que 80% dos animais costumam manifestar tosse, coriza, espirros em alguns casos febre seguida de falta de apetite. Em animais com a saúde frágil, a doença pode evoluir para uma broncopneumonia. A médica veterinária indica a vacina contra a Gripe Canina, que deve ser somente administrada por uma profissional da área da Medicina Veterinária de sua confiança. Já os felinos podem contrair a Rinotraqueíte Viral Felina, que é uma doença respiratória, altamente, contagiosa entre os felinos somente. É caracterizada por espirros, perda de apetite, febre e inflamação nos olhos, com alguns casos apresentam secreção nasal e ocular. A Rinotraqueíte Viral Felina é provocada pelo Herpes-vírus Felino Tipo 1, não sendo considerada uma zoonose. A transmissão ocorre no contato com as secreções nasais e lacrimais, assim como pela saliva. Na fase aguda, os sintomas são rinite, conjuntivite, úlceras de córnea, secreção nasal, tosse, lesões com crostas no nariz e na face, úlceras na boca, salivação, depressão e febre.

Cuide muito bem do seu pet, seguindo todas as recomendações da Coluna Animal e percebendo qualquer sintoma em seu animalzinho, procure o médico veterinário de sua confiança para cuidar de seu pet o quanto antes, evitando assim que o mesmo tenha problemas de saúde agravados. Lembrando que deixar o animalzinho no relento, sem nenhuma proteção do frio e vento configura o crime de maus tratos aos animais (Lei Federais: 9. 605/98, artigo 32 e lei 14. 064/2020). Cuide de seu pet nesse frio com muito amor e responsabilidade. Quem ama, cuida!

Thaís Viotto

Presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB Bauru (CPDA OAB Bauru)

E-mail: comupda@gmail.com

Facebook: www.facebook.com/comupda.bauru

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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