Basta ver nas redes sociais a quantidade de internautas que estão doando ninhadas inteiras de caninos e felinos, em especial dessa população que depende de políticas públicas para procedimentos comuns como uma cirurgia de castração que para essas pessoas, embora gostem dos seus animais, não tem condições financeiras de pagar por um procedimento desse.

Além de ser previsto em lei a obrigação que o município faça um controle ético dessa população, porque essa população se crescer em demasia, provoca desequilíbrio ambiental (como os gatos que acabam comendo muitos passarinhos) e cães que acabam predando outras espécies para saciar a fome e esses animais sem o devido controle e vivendo em condições precárias, sem alimentação adequada, cuidados veterinários, etc. ficam mais sujeitos a contrair zoonoses e acabam infectando o seu humano.

Antes de adotar um animalzinho, é interessante que o adotante converse com todos os membros da família, para ver se todos estão de acordo, porque querendo ou não, um animalzinho interfere na rotina da família, é preciso que todos gostem do animal e cuidem bem. Também é necessário pensar se a pessoa quer adotar terá condições financeiras de bancar esse animal com consultas veterinárias, exames, vacinas, banhos, tosas (se for necessário), remédios para controle de carrapatos e pulgas e outras despesas que podem aparecer ao longo da vida desse animal.

Além disso, também é importante que o adotante tenha tempo para cuidar desse animal e do espaço em que ele vive, brincar com ele, leva-lo para passear...animais também sentem depressão se ficam sozinhos ou são negligenciados. Os animais exigem cuidados todos os dias e não apenas nos fins de semana, quando os tutores ficam mais tempo em casa.

A falta de cuidados citados com os animais como deixar o animal com água suja, pouca ou alimentação insuficiente, deixar o animal infestado com carrapatos e pulgas, deixar de levar o animal para consulta em médico veterinário para tratamento quando doente, deixar o animal confinado em espaço pequeno, sujo, sem iluminação adequada, ou sem proteção contra sol e chuva, cortar rabo (cauda) e orelhas para fins estéticos como em algumas raças de cães, deixar o animal sozinho por muito tempo quando a família sai para viajar, enfim, essas atitudes entre outras configuram o crime de maus tratos a animais, previsto no artigo 32 da lei 9.605/98 e mais especificamente na lei 14.064/2020, que prevê até reclusão para quem cometer o crime.

Que tal abrir seu coração para um cachorrinho filhote que aguarda por um lar para chamar de seu? Converse com a família, veja se você tem condições financeiras e tempo para dedicar a esse pet, que viverá uma média de até uns 15 anos, se bem cuidado. Caso não queira ou não possa ir à Campanha de adoção dos filhotes, visite o CCZ de Bauru, que funciona de segunda à sexta, das 8 às 17 horas, na Rua Henrique Hunziquer, quadra 1, sem número, no Jardim Bom Samaritano, Bauru/SP e deixe-se levar pela maravilhosa experiência da adoção de um pet.

Thaís Viotto - Presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB Bauru (CPDA OAB Bauru).