
Em meio ao crescimento urbano e à constante busca por espaços públicos funcionais, um imóvel de grande potencial permanece esquecido em plena área nobre de Araçatuba Trata-se do antigo prédio da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), desativado há cerca de 40 anos, que hoje serve de abrigo improvisado para moradores em situação de rua e ponto de atividades ilícitas.
O imóvel está situado no alto da avenida Saudade, nas proximidades da rodovia Marechal Rondon (SP-300), e foi originalmente destinado à implantação de um entreposto de pescados. Desde então, no entanto, a estrutura entrou em rota de abandono e descaso.
Com parte da construção comprometida, paredes pichadas, acúmulo de lixo, sinais de tráfico de drogas e relatos de objetos furtados escondidos no local, a área tornou-se motivo de preocupação constante para moradores da vizinhança. A Ceagesp, que ainda detém a posse da propriedade, é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
A área de 14.386,23 metros quadrados foi oficialmente doada ao governo federal por meio de lei municipal assinada em 1965, pelo então prefeito Sylvio José Venturolli (in memoriam). Desde a paralisação das atividades no local, nenhum projeto de reocupação foi adiante.
Ao longo das últimas décadas, o prédio foi cogitado como possível sede para o 20º Grupamento do Corpo de Bombeiros e também como nova rodoviária da cidade. Ambas as propostas esbarraram na burocracia e acabaram arquivadas. A unidade dos bombeiros foi inaugurada em 2012 no bairro Morada dos Nobres, e o projeto da rodoviária não avançou, mesmo com tentativas de negociação entre o ex-prefeito Dilador Borges e autoridades federais, como o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
Pressão do Legislativo
Diante do abandono e dos riscos à segurança pública, a Câmara Municipal de Araçatuba voltou a se mobilizar. Durante a 20ª sessão ordinária, realizada na segunda-feira (16), o vereador Ícaro Morales (Cidadania) apresentou requerimento solicitando informações detalhadas à Prefeitura sobre a situação do imóvel.
O documento questiona a quem cabe a responsabilidade pela manutenção e limpeza do espaço; qual é exatamente a metragem da área cedida à Ceagesp; e se o Executivo municipal está adotando medidas legais para tentar reaver o imóvel e dar a ele uma nova utilidade.
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