LEMBRANÇA

8/1 terá cerimônia no Planalto e ato com esquerda nos 3 Poderes

Por Marianna Holanda | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Marcelo Camargo/Age?ncia Brasil
O ato no Planalto que marca os dois anos dos ataques ocorrerá a menos de um mês das eleições para o comando do Congresso.
O ato no Planalto que marca os dois anos dos ataques ocorrerá a menos de um mês das eleições para o comando do Congresso.

O aniversário de dois anos do ataque golpista às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 terá uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, seguida por um ato com militância de esquerda na praça dos Três Poderes.

Leia também: Narrativa golpista levou ao 8/1 e atentado a bomba, diz PF

De acordo com a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), o presidente Lula (PT) participará da apresentação das obras de arte que haviam sido depredadas - e agora foram restauradas - e de cerimônia com autoridades no Palácio do Planalto. Foram convidados os presidentes dos Poderes e governadores.

Depois, o chefe do Executivo participará de abraço simbólico da praça dos Três Poderes em ato convocado pela Frente Brasil Popular, de movimentos sociais.

De acordo com o Planalto, foram restauradas 21 peças por especialistas no Palácio da Alvorada, e o relógio trazido ao Brasil por dom João 6º em 1808 foi consertado na Suíça, sem custo para o Brasil. Além disso, haverá a apresentação da obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti, no Planalto.

Enquanto no ano passado a data foi marcada por uma cerimônia com autoridades no Congresso Nacional, neste ano a participação da esquerda será mais representativa.

Parlamentares de direita pressionaram integrantes dos partidos de centro, inclusive o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a não acompanhar o evento no ano passado. Lira, de fato, não foi. Neste ano, apesar do convite, ele ainda não está confirmado, assim como Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.

O ato no Planalto que marca os dois anos dos ataques ocorrerá a menos de um mês das eleições para o comando do Congresso. Os prováveis sucessores de Lira e Pacheco, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente, também foram convidados, segundo relatos.

Na Câmara dos Deputados, há um projeto de lei que prevê a anistia para os presos nos atos golpistas. Lira havia prometido votar o projeto ainda durante a sua gestão, o que não ocorreu. Agora, Hugo Motta enfrenta a pressão de bolsonaristas para levar adiante o tema.

Ao fim do evento, Lula descerá a rampa do Planalto com autoridades para participar de ato convocado pela Frente Brasil Popular na praça.

A expectativa é reunir cerca de mil pessoas. Participam da organização partidos de esquerda (PT, PC do B e PV). CUT (Central Única dos Trabalhadores), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também devem ser convidadas.

O presidente, durante sua última reunião com ministros, em dezembro, citou o ato que estavam organizando e pediu a presença de todos. Ele falou ainda da importância da defesa da democracia e disse estar feliz em ver a prisão do general Walter Braga Netto por ela representar uma ação contra a impunidade.

O ex-vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Braga Netto é primeiro general quatro estrelas preso no processo que apura tentativa de golpe nas eleições.

O avanço das investigações apontou inclusive um suposto plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

O ministro José Múcio (Defesa) e os comandantes das três forças, que compareceram no ato de 2024, estão confirmados no deste ano.

À época, Múcio disse no evento: "Estou com os comandantes, foram homenageados, vieram homenagear a democracia porque eles lutaram por ela. Sofreram pressões, mas estão aqui representando a maioria das Forças Armadas, que é de legalistas comprometidos com a democracia".

O termo "militares legalistas" foi utilizado por Lula no seu discurso em 2024 e gerou ruídos na caserna.

O presidente disse na ocasião que "perdão soaria como impunidade" e que o ato marcava a vitória da democracia sobre o autoritarismo.

"Nunca uma caminhada tão curta teve tanto significado na história do nosso país. A coragem de parlamentares, governadores e governadoras, ministros e ministras da Suprema Corte, de Estado, militares legalistas e sobretudo da maioria do povo brasileiro garantiu que nós estivéssemos aqui hoje celebrando a vitória da democracia sobre o autoritarismo", disse, no Congresso.

Lula se referia à caminhada do Palácio do Planalto ao STF, que reuniu as autoridades no dia seguinte aos ataques. De braços dados, eles atravessaram a praça dos Três Poderes em repúdio ao episódio.

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Comentários

1 Comentários

  • AC Saracura 2 dias atrás
    Sinceramente?, para a República e para a democracia o dia 08-01 deveria ser mais louvado do que o dia 15-11.