A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Jundiaí, que parecia ter uma favorita para o cargo, sofreu uma reviravolta inesperada. A vereadora Quézia de Lucca (PL), a mais votada nas últimas eleições municipais com 8.020 votos, e que era cotada para assumir a presidência da Casa, não conseguiu o apoio necessário dentro de seu próprio partido para garantir a eleição. O presidente do partido se manifestou contra os vereadores que não votaram a favor da vereadora. Quem venceu o pleito foi o vereador Edicarlos Vieira (União), da base do prefeito Gustavo Martinelli, também do União.
Quézia tem usado as suas redes sociais para divulgar o seu discurso de indignação com os parceiros de partido, feito no dia 1º de janeiro, onde ela diz: “muito mais do que ter um cargo ou poder, o que é mais valioso é a nossa palavra. Pode ser que nos outros partidos exista um consenso de não eleger seus próprios candidatos. Mas, uma bancada com seis vereadores e termos uma deslealdade partidária como a de hoje é inadmissível. A palavra precisa ter honra e caráter. Eu sou de um partido e o honro”, disse.
A falta de consenso dentro do próprio grupo político deixou a vereadora sem os votos necessários para ser eleita, e o cargo ficou para Edicarlos Vieira (União), eleito com 14 votos. No início da campanha, Edicarlos e Juninho Adilson eram os únicos vereadores que apoiavam a candidatura de Gustavo Martinelli e Ricardo Benassi. No entanto, ao longo da campanha, a proposta de governar para todos e o diálogo constante fortaleceram as relações políticas, aproximando outros parlamentares que anteriormente estavam alinhados à oposição.
A visão do partido
Adilson Rosa, presidente do PL em Jundiaí, também está se manifestado em suas redes, inclusive atendendo a pedidos de filiados e simpatizantes, para comentar o assunto e também para dizer das providências que serão tomadas em relação ao que ele tem chamado de “traição”, a falta de apoio e descumpriram de um acordo pré-eleitoral, que era o de eleger o candidato mais votado no partido.
Num vídeo, Rosa chama os vereadores Madson Henrique, Tiago Da El Elion e João Victor de traidores pede para que os três “tenham a decência de deixar o partido já que não comungam dos valores e princípios do PL”. Diz também, que se os três não pedirem para sair, será aberto processo administrativo para a tomada de medidas cabíveis “para a limpeza no partido”.
Posição dos envolvidos
A reportagem do Jornal de Jundiaí tentou contato com a vereadora Quézia, Adilson Rosa e com os vereadores que tiveram seus nomes mencionados na matéria. João Victor, retornou nosso contato, mas não se manifestou sobre o caso. Tiago da El Elion agradeceu o espaço cedido pelo jornal, mas preferiu não comentar o assunto.
O vereador Madson Henrique disse que: “no momento oportuno falarei o porquê não votei na indicação do partido”. Encerrou dizendo: “Prezo pela liberdade e por todas as liberdades individuais, inclusive”, concluiu.
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