A febre das armas de gel chegou ao bairro Ferradura Mirim, em Bauru. A reportagem presenciou no domingo (15) retrasado um grupo de pelo menos 30 pessoas, incluindo crianças, adolescentes e adultos, em uma brincadeira que usava os simulacros - que não eram utilizados por todos. Esses brinquedos disparam munições que não provocam ferimentos graves, mas se assemelham a fuzis e pistolas e preocupam autoridades ao redor do país.
Os simulacros são decorados com desenhos coloridos e vendidos por preços a partir de R$ 120,00. Algumas lojas físicas já comercializam o objeto em Bauru, mas não é difícil encontrá-los em e-commerces.
Os itens não são ilegais, segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). No entanto, réplicas devem ser vendidas em lojas especializadas e apenas para maiores de 18 anos.
Os simulacros oferecem ainda um risco para a saúde dos participantes da batalha. As pequenas bolas de gel usadas como munição provocam apenas pequenos hematomas na pele.
Mas a falta de uso dos óculos de proteção pode provocar ferimentos graves se as munições atingirem os olhos. A Fundação Altino Ventura, do Recife (PE), registrou 88 pessoas atingidas na região ocular até o último domingo (22).
Os ferimentos variam entre arranhões na córnea, inflamações e sangramentos. Dependendo do impacto, as lesões podem gerar até cegueira.
No Rio de Janeiro (RJ), um dos epicentros da nova moda, as Polícias Civil e Militar realizaram apreensões de brinquedos, um dia depois da morte de um policial penal que confundiu uma arma verdadeira com a arma de gel. A Assembleia Legislativa do Rio já estuda a proibição da venda dos objetos - o que tem gerado um amplo debate.
Em Bauru, ainda não houve registros de ocorrências ou apreensões destes objetos. Na capital paulista, por outro lado, a popularização dessas batalhas acendeu um alerta na Polícia Militar. Os brinquedos semelhantes a armamentos reais possibilitam que policiais em patrulhamentos ou situações de emergência confundam o objeto com uma ameaça.
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