Considerada um dos poucos remanescentes de Mata Atlântica no interior do Estado, a Serra do Japi será beneficiada com a implantação de sistema de monitoramento contra incêndios via câmeras com Inteligência Artificial (IA). Esta inovação será possível graças a uma cooperação conjunta entre Prefeitura de Jundiaí, Companhia de Informática de Jundiaí (Cijun), Consórcio PCJ, Coca-Cola Femsa Brasil, Coca-Cola Brasil e a climatech umgrauemeio.
A articulação para a realização do projeto começou há três anos, a partir da Rede Jundiaí de Cooperação, vinculada à Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF). O sistema – denominado Pantera – permite a vigilância 24h por dia da área da Serra do Japi, por meio de câmeras de monitoramento, que detectam e identificam focos de incêndio em segundos, o que facilita o trabalho dos combatentes na resposta mais célere contra o fogo.
“As mudanças climáticas e os eventos extremos são situações que as gestões municipais precisam estar atentas e preparadas para enfrentar. A tecnologia de câmera com IA é uma realidade e Jundiaí passa a contar com esse reforço na proteção da Serra do Japi, maior riqueza ambiental da cidade e da região”, comenta o prefeito Luiz Fernando Machado.
A parceria não terá custo ao município, já que faz parte das ações do “Projeto Olhos da Serra”, idealizado e coordenado pelo Consórcio PCJ, com o patrocínio da Coca-Cola Femsa Brasil e da Coca-Cola Brasil, possibilitando a contratação os serviços da empresa umgrauemeio, pioneira e referência em tecnologia com uso de IA para prevenção e identificação de incêndios florestais e agrícolas.
A gerente técnica do Consórcio PCJ e uma das coordenadoras do projeto, Andréa Borges, comenta sobre os ganhos gerados com a iniciativa para a população local e para a conservação da Serra do Japi. “O combate à incêndios sempre foi um dos pontos de maior atenção para a Serra do Japi devido ao histórico de ocorrências. Desde que o Projeto Olhos da Serra foi iniciado, reduzimos essas ocorrências em 26%, com investimentos em câmeras de monitoramento, usos de novas tecnologias, formação de brigadistas e campanhas de sensibilização com a comunidade do entorno da área, melhorando a qualidade de vida de quem mora na região”.
A área afetada com incêndios na Serra do Japi em 2021 somava 1.415.080 m², antes da realização do projeto. Após o início das ações planejadas pelo Consórcio PCJ, levando em consideração os anos de 2022 a 2024, esse número caiu para 1.040.483 m² (dados até novembro de 2024), o que representa os 26% de redução de queimadas na Serra, ou seja, uma área de 42 campos de futebol deixou de ser queimada, após o início do Projeto Olhos da Serra, contribuindo para maior preservação do local.
“Temos proporcionado recursos para ações voltadas à preservação da biodiversidade e da riqueza hídrica da Serra do Japi, de forma a apoiar a disponibilidade de água para as populações de Jundiaí e cidades vizinhas. A tecnologia da Inteligência Artificial para gestão de incêndios florestais agrega uma poderosa ferramenta aos nossos esforços e aos de todos os parceiros envolvidos na iniciativa”, afirma Aricely Lamontanha, gerente de ESG da Coca-Cola FEMSA Brasil.
“A proposta de instalação de uma câmera de alta resolução em um ponto alto da Serra do Japi, acompanhada de um sistema de inteligência artificial, que fará a leitura das imagens e o apontamento geolocalizado torna mais ágil e eficiente a identificação dos focos de incêndio. O sistema tem a possibilidade de gerar relatórios incluindo quantidade de área queimada e número de focos observados”, detalha o gestor da Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, Sinésio Scarabello Filho.
A tecnologia agregará ainda mais eficiência na prestação de serviços à comunidade. De acordo com o comandante da GM de Jundiaí, Benedito Marcos Moreno, o destacamento responsável pela proteção à Serra ganhará rapidez no combate. “Hoje, nossa equipe tem o conhecimento da Serra, mas para conseguir localizar um ponto de incêndio, ainda em estágio inicial, quando é mais fácil seu combate, somente com o uso da tecnologia”, explica.
Para o fundador e CEO da umgrauemeio, o jundiaiense Rogerio Cavalcante, o projeto materializa alguns anos de trabalho e a vontade em poder contribuir com o patrimônio natural da cidade, que é a Serra do Japi. “Nosso propósito é reduzir os danos causados por incêndios florestais. Temos tecnologia para isso, já monitoramos 17,5 milhões de hectares em todo Brasil, 10 deles em áreas nativas e florestas e, agora, também a nossa Serra do Japi, que é um dos poucos remanescentes de Mata Atlântica no interior do estado de São Paulo”, comemora.
A solução de gestão integrada e análise de risco da umgrauemeio atua de ponta a ponta, utilizando a velocidade na detecção e a capacidade da IA como diferenciais. Julia Castro, bióloga, jundiaiense, com mestrado em conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável é analista de inovabilidade na umgrauemeio e acompanhou todo o processo junto ao Consórcio. “Durante todo o período até a conclusão do projeto, os detalhes foram acompanhados de perto”, acrescenta.
A formalização da parceria para o cuidado e proteção à Serra do Japi fortalece a preservação da biodiversidade e da qualidade de vida, de acordo com o gestor de Governo e Finanças, José Antonio Parimoschi. “Os extremos climáticos são cada vez mais recorrentes e, por isso, as cidades precisam estar preparadas para, não só enfrentar, como evitar os impactos. O uso da tecnologia para o monitoramento, centralizado na central da Guarda Municipal, fortalece a proteção da maior riqueza natural da cidade”, reforça o gestor.
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