O laudo do Núcleo de Biologia da Polícia Civil de São Paulo que analisou os possíveis fragmentos de ossos de Claudia Regina da Rocha Lobo, 55 anos, ex-secretaria executiva da Apae, deu resultado inconclusivo. Ou seja, o documento não conseguiu apontar se, de fato, a apreensão feita em chácara às margens da rodovia Cezário José de Castilho (Bauru-Iacanga) eram ossos humanos.
No laudo, a conclusão diz que “o resultado insatisfatório das análises do material ósseo carbonizado encaminhado, para o qual não se obteve perfil genético passível de confronto, impossibilita a tentativa de estabelecimento de identificação do remanescente humano, tornando este trabalho inconclusivo”.
Foram cinco fragmentos analisados e todos eles não apresentaram DNA em concentração mínima.
Conforme o JCNET noticiou, a Justiça de Bauru acatou em outubro, mesmo ainda sem o resultado do laudo, mas com outros elementos, em tese, probatórios, a denúncia do Ministério Público, a partir de amplo inquérito da Polícia Civil, e tornou réu o ex-presidente da Apae Bauru Roberto Franceschetti Filho, 36 anos, acusado de matar Claudia. O desaparecimento foi no dia 6 de agosto e a prisão de Roberto foi no dia 15, data também de seu indiciamento por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, por traição e ocultação, além de fraude processual).
Antes mesmo do laudo sobre os ossos, a Polícia Civil sempre sustentou que há provas suficientes que confirmam o assassinato e demais crimes e acusados.
No dia 7 de novembro, Roberto foi transferido do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Bauru para o CDP II de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Defesa destaca inocência
Após ter acesso ao laudo, a reportagem procurou a defesa de Roberto Franceschetti Filho nesta quinta-feira (19). Por meio de nota, os advogados Leandro Pistelli, Vanessa Mangile e Lucas Martins informaram que “o resultado inconclusivo, que sequer demonstra se tratar de fragmentos de ossos humanos, aliado ao resultado negativo do laudo de confronto de material genético de Roberto Franceschetti Filho, com relação a amostras coletadas no interior e nas maçanetas do veículo Spin usado por Cláudia, somente confirmam que os fatos não se deram como narrados pelo corréu Dilomar e descritos na acusação”, destaca o texto.
A defesa acrescenta que confia na Justiça e acredita que após a análise técnica de todas as provas, restará comprovada a inocência de Roberto Franceschetti Filho dos fatos que lhe são imputados.
Audiência
Roberto Franceschetti Filho tem audiência marcada para os dias 15 e 16 de janeiro. Ela será híbrida (virtual e presencial), no Fórum de Bauru e com o ex-presidente da Apae remotamente em Guarulhos. A defesa vai entrar com novo pedido de habeas corpus após essas duas datas.
Gaeco denuncia 13 pessoas por desvios na Apae de Bauru
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ajuizou a primeira ação no caso envolvendo desvios da Apae de Bauru, denunciando 13 pessoas por crimes de organização criminosa e peculato. A Justiça acatou a denúncia, nesta quinta-feira (19), e eles responderão como réus.
As investigações tiveram início a partir de provas compartilhadas na apuração do homicídio que vitimou uma das pessoas envolvidas nos desvios. O autor do delito está diretamente envolvido em tais crimes.
A partir de então, a Polícia Civil, por meio do Setor Especializado no Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (SECCOLD), vinculado à 1.ª DIG de Bauru, passou a aprofundar as investigações, que revelaram uma organização criminosa infiltrada na Apae com a finalidade de desviar recursos, em sua maioria públicos, daquela instituição.
Até o momento, nove pessoas estão presas preventivamente e houve deferimento do bloqueio de bens dos envolvidos.
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