CASO GRITZBACH

Polícia prende mais 2 suspeitos no caso do delator do PCC

Por Francisco Lima Neto | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Metrópoles
Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro após deixar uma das saídas do terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos.
Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro após deixar uma das saídas do terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos.

A polícia localizou mais duas pessoas suspeitas de envolvimento na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital). As prisões ocorreram na madrugada deste sábado (7) na zona leste de São Paulo. Com isso, chega a três o total de suspeitos detidos.

Leia também: Polícia identifica 2º envolvido na morte de delator do PCC

As duas novas prisões foram anunciadas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no X. "Mais dois suspeitos no envolvimento da morte de Vinícius Gritzbach foram presos nesta madrugada e levados ao DHPP", afirmou.

Ainda segundo o governador, no local da prisão foram encontradas munições do mesmo calibre das utilizadas no crime, além de sete celulares, que foram apreendidos.
"Fizemos três prisões relacionadas ao homicídio nas últimas 24h, fruto do trabalho de inteligência da força-tarefa que montamos para dar solução a este caso", afirmou.

Antes, nesta sexta (6), a SSP (Secretaria de Segurança Pública) havia confirmado a prisão de Marcos Henrique Soares, 22, suspeito de auxiliar na fuga de dois atiradores logo após o crime. Ele foi encontrado em um imóvel em Artur Alvim, na zona leste.

A pasta da segurança diz que Soares seria um dos responsáveis por fornecer celulares para comunicação do grupo.

Além disso, teria ajudado na fuga para o Rio de Janeiro de Kauê do Amaral Coelho, 29, identificado como o olheiro que teria dado o sinal aos atiradores de dentro do aeroporto. A

Polícia Civil paulista oferece recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro de Kauê.

Em nota, o advogado de Soares, Luiz Eduardo Kuntz, afirma que não teve acesso aos autos e que o mandado de busca e apreensão não havia sido apresentado.

Também afirma que seu cliente é inocente. "Tais materiais [munições de fuzis que a polícia diz ter apreendido] não são de sua propriedade e não estavam em seu poder quando da apreensão", diz em nota.

Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro após deixar uma das saídas do terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele voltava de uma viagem ao Alagoas com a namorada, a influenciadora e nutricionista Maria Helena Paiva Antunes, 29.

Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram. Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.

Ao todo, os criminosos efetuaram 21 disparos com um fuzil AK-47 calibre 7,62 e uma pistola 9 milímetros. As armas foram encontradas em uma mochila abandonada em um terreno a 7 km do aeroporto após denúncia anônima.

O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, também morreu durante a ação. Ele esperava por passageiros quando foi baleado.

O alvo do ataque, Gritzbach, havia fechado um acordo de delação premiada contra integrantes do PCC e policiais. Ele era jurado de morte pela facção criminosa depois de se envolver em uma série de problemas com a facção criminosa.

Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, exibida no fim de nocembro, Maria Helena afirmou que as delações feitas pelo namorado fizeram com que "esses inimigos ficassem com muita raiva e falassem que a 'gente precisa eliminar as histórias'".

Questionada se achava que o namorado sabia dos riscos que corria, ela disse que não. "Eu acredito que conforme o tempo foi passando e não foi acontecendo nada, ele foi desleixando."

Durante a viagem ao Nordeste, Gritzbach recebeu joias no valor de R$ 1 milhão. O valor, segundo a polícia, era parte de um pagamento de dívida.

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