INVESTIGAÇÃO

PF ataca esquema financeiro bilionário de organização chinesa

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/PF
A operação mobilizou 200 agentes da Polícia Federal para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão
A operação mobilizou 200 agentes da Polícia Federal para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (26) a Operação Tai-Pan, que desmantelou uma organização criminosa voltada à prática de crimes financeiros, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Liderado por um grupo de origem chinesa, o esquema movimentou R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, sendo R$ 800 milhões somente em 2024. A investigação identificou que o grupo operava um sistema bancário paralelo robusto e ilícito, com ramificações em diversos estados brasileiros e no exterior.

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A operação mobilizou 200 agentes da Polícia Federal para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em São Paulo (incluindo Campinas, Guarulhos e Cajamar), Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Ceará e Bahia. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores que ultrapassam R$ 10 bilhões, envolvendo mais de 214 empresas.

Esquema sofisticado

A investigação revelou que o grupo utilizava instrumentos financeiros sofisticados, como fintechs, criptoativos (stablecoins USDT e USDC), boletagem, empresas de fachada e pulverização de operações bancárias. Além disso, foram identificados métodos tradicionais como falsificação de documentos de importação e exportação, utilização de laranjas e testas de ferro, e dólar-cabo.

O esquema envolvia estrangeiros e brasileiros em funções-chave, como gerentes de bancos, contadores e até policiais civis e militares. O principal destino dos recursos ilícitos era Hong Kong e China, embora houvesse transações com países como EUA, Canadá, Holanda, Inglaterra e Turquia.

Repressão e consequências

O líder da organização criminosa tinha a capacidade de movimentar até R$ 2 milhões por dia, e a estrutura ilícita incluía coleta de dinheiro em espécie em comércios e redes de varejo. Além das prisões, a Receita Federal participou das buscas em alguns endereços para análise fiscal.

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, cujas penas podem ultrapassar 35 anos de prisão. Segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz referência ao termo "Tai-Pan", que significa "chefe supremo", inspirado em um personagem literário do século XIX ligado ao comércio chinês global.

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