O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, começa a formar seu governo, poucos dias após a vitória contra a democrata Kamala Harris. De secretário de Estado a embaixadora nas Nações Unidas, o republicano reúne nomes que trabalharam em sua campanha e publicamente corroboram suas políticas de diplomacia, migração e gestão ambiental.
Confira abaixo os nomes já publicados que devem assumir cargos no segundo mandato de Trump, a partir de 20 de janeiro de 2025.
Elise Stefanik | Embaixadora dos EUA na ONU
Stefanik é uma das líderes republicanas da Câmara dos Representantes. Desde 2019, quando Trump foi julgado pela primeira vez em um processo de impeachment, a representante de Nova York o defendeu publicamente. À época, o então presidente afirmou que "uma estrela estava nascendo".
A republicana será embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas. A organização aguarda o retorno de Trump à Presidência dos EUA sob a preocupação de Washington diminuir sua participação em instâncias multilaterais.
Lee Zeldin | Chefe da Epa (Agência de Proteção Ambiental, na Sigla em Inglês)
O ex-deputado republicano Lee Zeldin será chefe da agência reguladora dos EUA para questões ambientais. O escolhido para o cargo deve trabalhar para cumprir as promessas de Trump para o setor, que englobam uma desregulação generalizada da indústria e a revisão de legislações que objetivam combater a crise climática.
Como fez em seu primeiro mandato, Trump deve retirar os EUA do Acordo de Paris. Também é provável que o republicano trabalhe para desfazer algumas das medidas ambientais implementadas pelo atual presidente, Joe Biden.
Marco Rubio | Secretário de Estado
Marco Rubio tem ascendência cubana, é senador pelo estado da Flórida e, durante as primárias republicanas, tinha sido cotado para concorrer como vice-presidente de Trump ?à época, perdeu a disputa para o vice eleito, JD Vance.
Rubio será secretário de Estado no segundo mandato do republicano, o que é equivalente ao ministro das Relações Exteriores no Brasil. A diplomacia internacional americana será comandada pelo senador enquanto o país se envolve nas guerras do Oriente Médio ?com apoio a Israel? e na Ucrânia ?com apoio a Kiev. O próximo secretário também já expressou fortes críticas contra Irã e China, além de se posicionar contra os regimes de Cuba e da Venezuela.
Susie Wiles | Chefe de Gabinete
Wiles foi a primeira escolha anunciada por Trump após reeleito e será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete da Presidência dos EUA. Ela foi codiretora da campanha vitoriosa republicana e representa uma força mais organizada e disciplinada para o próximo mandato do empresário.
Stephen Miller | Vice-Chefe de Gabinete
Miller é um dos principais assessores de Trump e, a partir do próximo ano, deve ser vice-chefe de gabinete da política na Casa Branca. O escolhido é um dos nomes por trás da ideia de deportação em massa -tema caro à campanha republicana- e das políticas restritivas de imigração no país.
Tom Homan | Diretor do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (Ice, na Sigla dm Inglês)
Homan já havia comandado o serviço de migração no início do primeiro mandato de Trump. Ao retomá-la, deve reforçar a política migratória conservadora que ajudou a eleger o republicano.
O futuro diretor foi um dos responsáveis pelas medidas que separaram as famílias de migrantes com o intuito de convencê-los a mudar de ideia. Durante sua gestão, quase 4.000 crianças foram enviadas para centros de detenção e separadas de seus parentes.
Kristi Noem | Secretária de Segurança Interna
Segundo pessoas com conhecimento do assunto, a responsável pelo comando do Departamento de Segurança Interna deve ser a atual governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, reeleita em 2022 por uma grande margem de votos.
Ela chamou a atenção pela primeira vez durante a pandemia, ao se recusar a tornar o uso de máscaras obrigatório no estado. É considerada uma figura fiel a Trump, e era uma das cotadas para compor a chapa presidencial republicana como vice. (O cargo acabou sendo assumido por J.D. Vance.)
Caso a indicação de Noem se confirme, ela estará no comando de um órgão considerado central no segundo mandato do republicano ---o Departamento de Segurança Interna supervisiona, entre outros, a migração nos EUA. Seu orçamento é de cerca de US$ 60 bilhões (R$ 347 bilhões), e seus funcionários somam cerca de 260 mil.
Dakota do Sul fica mais perto da fronteira dos EUA ao norte do que ao sul. Mesmo assim, Noem fez várias viagens nos últimos anos à fronteira americana com o México, e já chamou o lugar de "zona de guerra". Também já mobilizou dezenas de tropas da Guarda Nacional para ajudar o Texas, um dos estados com maior índice de migrantes em situação irregular, a reforçar sua segurança alfandegária.
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