Duas pessoas foram indiciadas criminalmente nesta terça-feira (12) no caso do acidente que matou nove pessoas na noite de 20 de outubro, na BR-376, em Guaratuba (PR). A maioria das vítimas era de adolescentes de um time de remo de Pelotas (RS).
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O motorista do caminhão que provocou o acidente e o dono do veículo foram indiciados pela Polícia Civil do Paraná sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) e lesão corporal culposa, em relação ao adolescente que sobreviveu.
Com a conclusão da investigação policial, o caso é encaminhado para o Ministério Público, que pode oferecer a denúncia contra os dois homens.
"Concluímos que o sinistro de trânsito foi resultado da combinação de dois fatores: a falta de habilidade técnica do motorista e a falta de conservação do veículo, que estava com freios em condições precárias", disse o delegado responsável pelo caso, Edgar Santana.
Segundo ele, a soma das penas para o motorista do caminhão, se condenado, pode chegar a 6 anos de prisão, além da suspensão da carteira nacional de habilitação. "Entendemos que o motorista não tinha conhecimento ou habilidade técnica para condução do veículo, o que caracteriza a imperícia", disse Santana.
Em relação ao proprietário do caminhão, a soma das penas pode chegar a quatro anos de prisão. "O laudo pericial revelou que os freios do semirreboque do veículo estavam em condições precárias. Portanto, ele teve uma conduta negligente. Ele deixou de adotar as cautelas devidas da manutenção do veículo, o que contribuiu de forma significativa para a ocorrência", afirmou o delegado.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos dois homens nesta terça. Em depoimentos prestados à Polícia Civil no mês passado, o motorista do caminhão afirmou ter identificado falhas mecânicas ao longo da viagem. Ele transportava uma carga de peças de veículos e tinha a Argentina como destino.
Como foi o acidente
O acidente envolveu três veículos: o caminhão (uma carreta contêiner), uma van com dez pessoas e um veículo de passeio. A carreta bateu na traseira da van, que foi projetada à frente e colidiu na traseira do automóvel, conduzido por um homem que estava sozinho e não se feriu. Em seguida, a carreta arrastou a van para fora da pista, tombando sobre ela.
Após o acidente, o motorista da carreta e um dos adolescentes que estavam na van foram resgatados com ferimentos leves. O adolescente foi o único sobrevivente da van.
Na van, estava o time de remo do Rio Grande do Sul. Eles voltavam de uma viagem a São Paulo, onde participaram do Campeonato Brasileiro Unificado. O grupo estava ligado ao projeto Remar Para o Futuro, criado em 2015 e que estava sendo coordenado pelo técnico Oguener Tissot, uma das vítimas.
A Prefeitura de Pelotas é uma das apoiadoras do projeto, junto à UFPel (Universidade Federal de Pelotas) e ao clube Centro Português 1º de Dezembro, que os atletas representavam na competição em São Paulo.
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