A rotina de milhares de bauruenses tem sido bem mais difícil pelo desabastecimento nos bairros que dependem do Rio Batalha. "Não consigo lavar minha casa, lavar meu uniforme, do meu marido e do meu filho de 9 anos. Não tem água para cozinhar e nem higienizar minhas panelas". É assim que a analista financeira Thais Garbino, 40 anos, descreve seu cotidiano desde domingo (8), quando o nível crítico da lagoa de captação acabou por interromper a água que chegava em sua casa.
Ao JC, ela conta que sua casa no bairro Alto Paraíso estava no regime 24h/48h de abastecimento. No entanto, no dia de seu abastecimento, a água já não tinha pressão para chegar à torneira. Thais exibiu imagens mostrando um pequeno filete de água escorrendo na pia da casa. Por disso, ela não conseguiu fazer os afazeres básicos, como limpar sua casa que é lar para dois cachorros de grande porte.
"300 mil pessoas estão vivendo suas vidas normalmente enquanto eu e outras 100 mil precisamos passar por isso todos os anos. Moro aqui há 20 anos e é sempre assim. Até quando vamos depender do Rio Batalha?", questiona Thais.
O nível da lagoa de captação nesta quinta-feira (12), às 20h34, era de 1,38m.
Desassoreamento
O Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE, órgão que regula os recursos hídricos do Estado de São Paulo e responsável pelo desassoreamento no Rio Batalha, iniciou nesta quinta-feira, os trabalhos no local.
O nível baixo de água, porém, impediu que o desassoreamento na barragem de captação continuasse. Os trabalhos devem ser retomados já nesta sexta-feira (13), caso não haja anormalidades para execução do serviço.
"Nos primeiros 60 dias está prevista a retirada de 12.000 m³ de resíduos sólidos (equivalente a 857 caminhões basculantes), com o uso de uma escavadeira embarcada, que possibilitará a melhora da disponibilidade de água para captação e abastecimento da cidade. O investimento é de R$ 1,1 milhão. Com isso, a captação de água na represa pelo serviço municipal de água e esgoto ficará mais fácil, permitindo ampliar a vazão a ser distribuída à população", explica o departamento.
Prefeitura cria Força-Tarefa contra seca
A falta de chuvas, onda de calor extremo, baixa umidade do ar e aumento das queimadas obrigou a Prefeitura de Bauru a instituir uma Força-Tarefa de Combate à Seca Extrema. O objetivo é integrar as ações para minimizar os efeitos da crise climática. Edição extra do Diário Oficial atualizou a situação de emergência no município, aumentou a multa para até R$ 100 mil para quem atear fogo e estabeleceu prioridade no uso dos veículos e equipamentos da prefeitura para o combate a incêndios e fiscalização. O grupo é composto por representantes do Gabinete da prefeitura e das Secretarias do Meio Ambiente (Semma), Saúde, Agricultura e Abastecimento (Sagra), Obras, Planejamento (Seplan), Administrações Regionais (Sear), além da Defesa Civil, Departamento de Água e Esgoto (DAE) e do Corpo de Bombeiros.
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