PROJETO NA CÂMARA

Texto que pedia mais dados em Portal da Transparência é arquivado

Por Julio Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Claudio Vieira/PMSJC
Paço Municipal de São José dos Campos
Paço Municipal de São José dos Campos

Após receber pareceres contrários de comissões permanentes dominadas pela base aliada ao governo Anderson Farias (PSD), foi arquivado pela Câmara de São José dos Campos o projeto que visava ampliar as informações salariais disponíveis no Portal da Transparência da Prefeitura.

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Pela Comissão de Justiça, Redação e Direitos Humanos, o vereador Zé Luís (PSD) emitiu voto contrário, dizendo que "a propositura demonstra indevida interferência na gestão administrativa do Poder Executivo", que "o projeto de lei não foi instruído com o estudo de impacto orçamentário-financeiro" e que "não indicou o legislador a origem dos recursos necessários ao custeio das despesas que se objetiva criar". O relator foi acompanhado pelo vereador Robertinho da Padaria (PRD). Já o vereador Walter Hayashi (União) se manifestou a favor da proposta.

Pela Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, o vereador Juvenil Silvério (PSD) emitiu voto contrário, afirmando que o projeto tinha "vícios insanáveis". Foi acompanhado pelos vereadores Rafael Pascucci (PSD) e Roberto Chagas (PL).

Pelo Regimento Interno da Câmara, projetos que não recebem parecer favorável de nenhuma comissão permanente são arquivados automaticamente, e sequer são levados para votação em plenário.

Projeto.

A vereadora Amélia Naomi (PT), que faz oposição ao governo Anderson, havia apresentado o projeto em junho, após OVALE revelar que quatro servidores comissionados da Prefeitura receberam em abril 'supersalários' que variaram de R$ 71,1 mil até R$ 155,8 mil.

Atualmente, o Portal da Transparência disponibiliza apenas quatro dados: nome do servidor, tempo de serviço, remuneração do mês e verba eventual. Pelo projeto, passariam a ser informados outros dados, como cargo, lotação, salário base, adicionais, descontos, salário bruto e salário líquido.

Além disso, o projeto previa que todos os dados publicados deveriam ser mantidos no site, com a criação de uma série histórica - atualmente, o Portal da Transparência da Prefeitura disponibiliza apenas os dados dos últimos quatro meses.

Na justificativa do projeto, Amélia argumentava que o Portal da Transparência da Prefeitura "possui diversas falhas, especialmente na página referente aos salários de servidores", e que, no caso dos 'supersalários', a Prefeitura "pagou salários acima do teto constitucional, sem disponibilizar qualquer explicação sobre isso em seu Portal da Transparência".

Supersalários.

O caso dos 'supersalários' ocorreu em abril desse ano e foi tema de uma reportagem de OVALE em maio - clique aqui para conferir o texto completo.

A lista dos servidores que receberam de R$ 71,1 mil a R$ 155,8 mil inclui os secretários municipais de Apoio Social ao Cidadão (Antero Alves Baraldo) e de Saúde (Margarete Carlos da Silva Correia), o secretário-adjunto de Proteção ao Cidadão (Luiz Félix de Souza Junior) e a assessora de políticas governamentais da Secretaria de Educação e Cidadania (Maria das Graças de Oliveira).

A Prefeitura alegou que os valores correspondem a "um pagamento de indenização retroativo a servidores" aposentados que acumulam cargos em comissão, e que a medida atende a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) - as decisões citadas, no entanto, foram tomadas pelo STF em 2018.

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