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Santa Casa de Franca: referência regional no Banco de Leite

Por Bruna Góis | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Arquivo Pessoal
Thamires Castro e o pequeno Miguel: madrinha da Campanha Aleitamento Materno da Santa Casa
Thamires Castro e o pequeno Miguel: madrinha da Campanha Aleitamento Materno da Santa Casa

A Santa Casa de Franca se destaca como um centro de referência no Banco de Leite Materno, atendendo mais de 22 cidades da região, além das crianças nascidas na própria instituição. O serviço segue rigorosamente as normas da Rede Brasileira de Banco de Leite, e é responsável por atender não apenas os municípios, mas também parceiros como a Unimed Franca e a Hapvida. Com cerca de 350 nascimentos mensais na Santa Casa, o projeto incentiva as mães a doarem leite materno, seja de forma domiciliar ou presencial. Cada 100 ml de leite doados têm o potencial de beneficiar mais de 8 bebês em apenas 24 horas.

O aleitamento materno é amplamente reconhecido como o padrão ouro para a nutrição infantil, proporcionando aos bebês os anticorpos necessários para protegê-los contra doenças como diarreia, infecções e problemas respiratórios. Atualmente, o Banco de Leite da Santa Casa conta com mais de 35 doadoras domiciliares contínuas, além das mães internadas com seus bebês na Ucinco (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional) e na Utin (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal).

O Banco de Leite funciona diariamente, das 7h às 19h, e todas as mães interessadas podem contribuir com doações, seguindo as orientações da equipe especializada. "Treinamos as mães a utilizarem o kit de coleta de forma segura, para garantir que o leite seja transportado adequadamente até nossa geladeira", explica Edilene, coordenadora do Banco de Leite.

As mães que realizam a coleta domiciliar recebem um kit com vidro estéril, touca, máscara, etiqueta de identificação e uma agenda. A coleta é feita semanalmente, às quintas-feiras, pela equipe do Banco de Leite. O leite deve ser mantido congelado e pode ser armazenado em camadas até atingir o limite do recipiente. Para o transporte, o leite deve permanecer congelado, podendo ser levado ao Banco de Leite em uma caixa térmica com gelo adequado. Famílias de diversas cidades, como Ibiraci, Rifaina e Puan, já participaram da iniciativa.

Madrinha da Campanha

Para promover a doação de leite e a amamentação, a Santa Casa de Franca realiza anualmente, em agosto, o sorteio entre os funcionários para escolher a madrinha da campanha de Aleitamento Materno. Este ano, a escolhida foi Thamires Castro, mãe de Miguel Castro e funcionária da instituição há dois anos como técnica de enfermagem. "Fiquei muito feliz em ser escolhida. A amamentação foi um desafio para mim, e sinto-me honrada em representar esta causa tão importante", declarou Thamires.

Seu filho, Miguel, nasceu prematuro com 35 semanas, pesando 2.405 kg, após Thamires apresentar pré-eclâmpsia. Com hipoglicemia ao nascer, Miguel inicialmente foi alimentado com fórmula, mas passou a ser amamentado exclusivamente com leite materno após a primeira semana de vida. A mãe enfrentou desafios, como fissuras nos seios e dor ao amamentar, mas com o apoio da equipe médica, conseguiu continuar. Hoje, aos 4 meses, Miguel está saudável, pesando 6.206 kg e sendo alimentado exclusivamente no peito.

Superação

400

A mãe Larissa Carneiro de Souza, moradora da cidade de Rifaina, vem acompanhando a sua filha Emili Carneiro. A criança chegou antes da data esperada. Quando a bolsa estourou, saíram de Rifaina para Franca onde ela havia realizado o seu pré-natal. Emili nasceu muito prematura e precisou ficar 11 dias na Utin (Unidade de Terapia Neonatal) devido a um pneumotórax que teve no segundo dia de vida. Precisou ser entubada e teve um dreno colocado na costela. Alguns dias após já obteve melhoras e foi transferida para a Ucinco.

Ao chegar na U5, Emili já começou a receber melhor o leite materno. A mãe passou a frequentar a Central do Banco de Leite. "Ela está super bem, a pediatra até brincou falando que ela já está tomando todo o leite que damos a ela", relata a Larissa.

"Toda a equipe médica é muito bem instruída, explicam para a gente que por ela ser prematura não contam meses e sim a idade corrigida. Hoje ela está com 36 semanas e um dia", relata a mãe feliz com o tratamento e os cuidados do hospital.

Com os cuidados, a evolução da pequena foi perceptível. Agora com 1 mês, ela já consegue se alimentar direto no peito da mãe e com os leites disponibilizados através do Banco.

Utin

As enfermeiras trabalham de modo intensivo dedicando a máxima atenção aos cuidados dos bebês prematuros e/ou com outras necessidades que precisam dos cuidados na Utin (Unidade de Terapia Neonatal). A equipe é constantemente treinada e especializada nos tratamentos necessários dos pequenos pacientes. "Eu pedia para Deus um lugar para trabalhar que eu poderia salvar vidas, hoje estou aqui em uma UTI Neo Natal, fazendo o que eu amo e ver o quanto essas crianças são fortes e lindas", relata a enfermeira Roseane Sander.

Na entrada da Utin, o clima é diferente de todo o hospital. A decoração realizada pelos enfermeiros remete ao acolhimento para os pais e ao incentivo às campanhas. O mural de fotos que conta histórias incríveis de pacientes que já passaram pelo local e hoje são crianças, adolescentes e até adultos saudáveis é uma atração à parte. "Todos os cuidados têm que ser seguidos à risca para manter o bem-estar e a evolução da criança em tratamento. O leite é o principal fator para o fortalecimento dos bebês e cada ml que eles tomam já é uma vitória", ensina a enfermeira Andrea Barbosa.

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