LEITURA

Brasil celebra escritores há 64 anos e Jundiaí produz destaques

Por Nathália Souza |
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Jornalista e autora de dezenas títulos, Carina Reis nasceu em Minas Gerais, mas adotou Jundiaí para viver
Jornalista e autora de dezenas títulos, Carina Reis nasceu em Minas Gerais, mas adotou Jundiaí para viver

Hoje (25), é celebrado o Dia Nacional do Escritor, data instituída em 1960. O país tem destaque na literatura e se reinventa com o passar do tempo. Com nomes como Machado de Assis, Clarice Lispector, Jorge Amado, Paulo Coelho, o Brasil sempre tem obras com relevância mundial. Jundiaí, que também abriga talentos, não fica de fora desta estatística. E agora, na era dos e-books, a cidade também tem representantes na literatura.

Jornalista e autora de dezenas títulos, Carina Reis nasceu em Minas Gerais, mas adotou Jundiaí para viver há muitos anos. Ela escreve romances para a plataforma Amazon desde 2020, começou na pandemia. De lá para cá, já atingiu o Top 3 das obras mais baixadas no Kindle na categoria romance, em 2022, com o livro "Brandon e Natasha".

Novos tempos
Os livros chegaram a ter um fim decretado por muita gente, mas se reinventaram e se mantêm presentes na rotina da população. Hoje, seja o tradicional livro de papel ou a versão digital, os livros são buscados, lidos e amados.

Para Carina, essa manutenção da leitura é uma recompensa para o autor. "Eu me sinto muito grata. Eu acho que tudo que a gente faz e gosta muito e as pessoas percebem que você gosta, que você escreve com o coração e se dedica a tudo, à carreira, aos livros, às pessoas, porque sempre tento responder, dar atenção, porque isso traz a pessoa para perto. Ela vê que você é só a Carina."

Concepção
Para a criação dos livros, Carina tem ideias que surgem sempre, mas é necessário amadurece-las. "Às vezes a história vem, mas eu deixo ela assentar na minha cabeça, eu não saio correndo para anotar, porque a história que é para eu contar vai amadurecendo e vai acontecendo. Depois que eu resolver a história e os personagens, aí vem a segunda parte, que é a construção, como os personagens serão."

"Para mim, a parte mais difícil para escrever um livro é o começo, porque eu preciso aprender com a voz daquele personagem, tanto o feminino quanto o masculino, ou dois homens, duas mulheres, porque estou escrevendo dois pontos de vista. O jeito que fala, a gíria que usa. Até você entrar nisso, dá um trabalho, mas depois a história flui muito tranquilamente", explica ela sobre a criação das obras.

Carina fala também sobre as etapas para escrita do livro até a publicação. "Do escrever até o pós, nós temos algumas etapas. Uma delas é a 'betagem', algumas pessoas que leem para saber se tem algum furo. Dificilmente eu deixo para lerem no final, vão lendo ao longo da escrita, a cada dez capítulos. Depois tem a revisora. Antes da revisão, tem uma etapa que nem todos os livros têm, que se chama 'leitura sensível'. por exemplo, tenho um livro chamado 'Jogada Ensaiada', que são dois protagonistas pretos e eu não tenho esse local de fala, então não tem como saber se tem algo errado, porque fala também sobre o racismo estrutural, então passou pela leitura sensível de duas pessoas especializadas nisso."

Mas Carina explica que o início de um escritor é mais simples. "Isso tudo você coloca depois, porque no início, quando você começa, não tem dinheiro para investir nessas coisas. Hoje eu tenho a responsabilidade, porque à medida que você cresce, você precisa fazer de tudo para que o seu trabalho também cresça com você e atingir todos os públicos", afirma.

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