DIA NACIONAL DO CAFÉ

Tradição do café na 'padoca' ainda é mantida em Jundiaí

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 3 min
Nathália Sousa
Preparando o café, Claudinei Aparecido precisa fazer vários canecões desse ao longo do dia
Preparando o café, Claudinei Aparecido precisa fazer vários canecões desse ao longo do dia

Chegar no balcão da padaria de manhã e pedir o "de sempre", para muita gente, significa um café e um pãozinho na chapa. O costume de tomar café na padaria segue vivo, embora os estabelecimentos tenham minguado ao longo do tempo, assim como açougues e hortifrutis, pois hoje os mercados abarcam quase toda a demanda de abastecimento. Mas nem todo mundo se contenta em comprar o pão no mercado e tomar o cafézinho só em casa. Quem resiste ao cheirinho da dupla pão assado na hora e café recém-passado? Nesta sexta (24) é Dia Nacional do Café, bebida amplamente lembrada em padarias, que faz parte da rotina brasileira, seja pelo vício, pelo hábito ou pelo sabor.

Claudinei Aparecido trabalha há 14 anos em uma padaria tradicional no Centro e diz que o café é sinônimo de padaria. "Café sempre tem procura, não importa o horário. De manhã, o balcão é mais agitado, mas vende café o dia inteiro. Estou aqui há 14 anos e não mudou muito, não diminuiu o consumo de café. Como não vende muito à tarde, vou trocando o café durante o dia. Ao todo, dá uns 28 litros de café e o consumo é ainda maior em dias frios. Sai tanto o pingado quanto o café puro. Também vende junto muito pão de queijo, que é assado de manhã, chego às 11h30 e já não tem mais. Pão na chapa, pão com ovo, também vende muito."

MOMENTO

Proprietário de uma padaria tradicional em Jundiaí, Adriano dos Santos Pereira diz que o café de padaria se reinventa, mas segue sendo tradição. "É normal o café na padaria pela praticidade. Muita gente ainda tem o hábito. E não tem só um tipo de cliente, não tem um perfil, vem quem trabalha e passa aqui antes, mas também vem muita gente fazer reunião na padaria, então toma café e já faz reunião. Fim de semana já é mais família. E não tem um carro-chefe do consumo, mas o café com leite e o pão com manteiga são clássicos, é de praxe."

Hoje, segundo Adriano, as pessoas buscam muito o acompanhamento do cafezinho e gostam de variedade. "O que agrega é o bufê de café da manhã. Essa foi a ideia de prestar mais serviços para o cliente. Não é mais como antes, que o cliente vinha só comprar o pão e o leite, buscam outros serviços e o bufê de café da manhã é um deles. Tem que atrair o cliente, então também fazemos pizza, almoço. Padaria tem que ter copa para atrair o público, senão o mercado engole."

Ana Carolina Ferreira, trabalha no caixa e balcão de uma padaria no Centro e conta que o café da manhã é certeza de encher o estabelecimento. "Temos um bom movimento na padaria no café da manhã. Vem bastante gente que trabalha por aqui, tem quem vem de fora, tem os clientes fieis, mas não tem só um público específico. Vende bem café com leite e pão na chapa, pão de queijo, misto quente, cappuccino. Vendemos quase três bules, fora os cafés de máquina. Padaria ainda é, sim, o lugar de tomar café, tem o pão quentinho, na chapa, e de manhã tem o cheirinho de pão."

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), no primeiro quadrimestre deste ano, o consumo de café no Brasil foi de 4.963.725 de sacas de 60 kg e superou o do mesmo período do ano passado, quando 4.955.567 de sacas foram consumidas. O país é o maior produtor do grão e o segundo maior consumidor no mundo.

O cafezinho preparado por Claudinei faz sucesso no Centro e mais ainda me dias frios
O cafezinho preparado por Claudinei faz sucesso no Centro e mais ainda me dias frios
Adriano Pereira da Silva diz que, além do café, os acompanhamentos são muito procurados
Adriano Pereira da Silva diz que, além do café, os acompanhamentos são muito procurados

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