Estado de SP ultrapassa 350 mortes por dengue em 2024
O estado de São Paulo ultrapassou 350 mortes por dengue em 2024, segundo dados do painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde desta segunda-feira (22). Foram confirmadas 353 mortes pela doença e outras 669 estão em investigação.
O estado registrou 701.076 casos confirmados, 692.274 são leves, 7.958 são dengue com sinal de alarme e 844 casos graves. Até o momento, a cidade de São Paulo registra a maior quantidade de mortes pela doença (48), seguida por Guarulhos (32), na região metropolitana, Jacareí (21) e Taubaté (16).
Alguns dos sinais de alarme são: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, queda de pressão arterial, aumento do tamanho do fígado, letargia ou irritabilidade, acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico), aumento progressivo do hematócrito e hipotensão postural (tontura ao levantar).
Em todo o país foram registrados, até esta segunda (22), 1.657 mortes e 3.758.837 casos prováveis de dengue em 2024. Segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), os países mais afetados até agora no surto atual são Argentina e Brasil. Apesar dos casos terem estabilizado, a dengue criou uma "situação de emergência" nas Américas.
Artigo recente publicado pelo Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz analisa os óbitos por dengue e aponta ainda que a desassistência e a desatenção ao potencial agravamento que os pacientes podem apresentar são as principais razões associadas às mortes por dengue.
Na quarta-feira (17), o Ministério da Saúde liberou a ampliação da faixa etária no caso de vacinas com vencimento até 30 de abril. A pasta enfatiza que a faixa etária de 10 a 14 anos deve ser priorizada neste momento.
Em reunião nesta sexta-feira (19), a Frente Nacional de Prefeitos pediu à ministra da Saúde, Nísia Trindade, o envio de mais doses de vacinas contra a dengue. Em carta endereçada à ministra, eles disseram apoiar a ampliação da faixa etária no SUS (Sistema Único de Saúde), mas condicionada ao aumento no número de doses.
Uma vacinação contra a dengue para outras faixas etárias esbarra no número limitado de doses disponibilizadas pela fabricante. A empresa Takeda tem baixa capacidade na produção do imunizante.
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz teve conversas iniciais com a farmacêutica Takeda para que a tecnologia da vacina Qdenga seja transferida e o imunizante seja produzido no Brasil. Com a produção brasileira, seria possível ampliar a vacinação contra a dengue para outras faixas etárias.
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