
MARCELO PRATES
Escrevo este artigo as vésperas do resultado das eleições americanas que certamente terão forte impacto no destino mundial. Saliento que o tema foi retirado de um post do Fórum Econômico Mundial a ser realizado 2021, sendo que o mesmo causaria tremendo impacto se não fosse o conjunto de fatos e tragédias a que estamos mundialmente expostos.
Além da covid-19, das alterações climáticas, das guerras convencionais, e da guerra hibrida (tema de nosso próximo encontro), estamos enfrentando um processo de emburrecimento mundial com consequências cientificamente comprovadas; vamos aos fatos. Segundo as mais recentes pesquisas, na Dinamarca, depois de crescer sem parar durante todo o século 20 o QI, Quociente de Inteligência em 1998 iniciou uma queda contínua: está descendo 2,7 pontos a cada década.
A mesma coisa acontece na Holanda com queda de 1,35 pontos, na Inglaterra 3,4 pontos e França 3,8 pontos a cada década. "Há um declínio contínuo na pontuação de QI ao longo do tempo. Este é um fenômeno real, não um simples desvio", diz o antropólogo inglês Edward Dutton, maior pesquisador do tema no mundo. Não há dados a respeito no Brasil, mas nossos indicadores são terríveis. Um estudo realizado em 2018 pelo Ibope Inteligência com 2 mil pessoas revelou que 29% da população adulta é analfabeta, ou seja, não consegue ler sequer um cartaz ou um bilhete.
E o número de analfabetos absolutos, aqueles não conseguem ler nada, cresceu de 4% para 8% nos últimos três anos. Na tentativa de explicar o fenômeno muitas teses foram propostas, e a que mais parece factível aponta para o salto tecnológico dos últimos 20 anos que transformou nosso cotidiano, e que pode ter começado a afetar a inteligência humana.
"Hoje, crianças de 7 ou 8 anos já crescem com o celular", diz Mark Bauerlein, professor da Universidade Emory, nos EUA, e autor do livro The Dumbest Generation "A Geração Mais Burra". Nesta fase as crianças deveriam consolidar o hábito da leitura o que não ocorre em razão do uso de smartphones e tablets. Segundo Adrian Ward, professor da Universidade do Texas, a mera presença do celular mesmo desligado, diminui a capacidade humana de raciocinar.
Prezado leitor, observar, compreender e preencher espaços vazios entre fatos aparentemente desconexos em busca de sentido ou solução é uma função da inteligência.
Por várias vezes alertei aqui sobre o fim do capitalismo, que é um objetivo em estágio avançado e que depende da passividade de uma massa burra. Se não é isso, por que as elites em 2021 se reunirão em Davos para que até 2030 você e eu não tenhamos nada e sejamos felizes?
Marcelo Prates é consultor empresarial
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