PERSONAGENS

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Arif Cais é biólogo, professor, pesquisador, palestrante e ambientalista

Arif Cais é biólogo, professor, pesquisador, palestrante e ambientalista

Fez carreira na Unesp de Rio Preto, onde hoje, mesmo aposentado, atua como docente voluntário

Fez carreira na Unesp de Rio Preto, onde hoje, mesmo aposentado, atua como docente voluntário

Por Raul Marques | 15/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min
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Por Raul Marques
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15/09/2023 - Tempo de leitura: 3 min

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No horário inverso ao da aula matinal, o menino Arif Cais fazia animadas incursões com os amigos pela área rural de Nova Granada. Ele nadava nos córregos, passeava pelas matas e pescava nas águas mansas que cortavam o município. E gostava de observar, com grande interesse, os hábitos dos bichos e dos insetos, de variados tamanhos, que encontrava na imensidão de verde.

A troca de turno da tarde com a noite anunciava a hora de voltar para casa. Antes de tomar banho e jantar, ainda brincava mais um tempo na rua, enquanto os adultos conversavam amenidades pelas calçadas. Década de 1940, tempos bem diferentes.

No dia seguinte, a rotina recomeçava.

Arif não imaginava que os momentos de lazer iriam mostrar pistas sobre um importante caminho, que começou a trilhar na juventude e que dificilmente vai abandonar. Acredita que aí nasceu a paixão pelos animais.

Cresceu com a vontade de estudar mais a fundo a vida dentro da natureza. À época, apreciava as formigas. Tanto que criou uma coleção com diversas espécies, recolhidas em seus habitats e alocadas em frascos de remédio.

Em Nova Granada, fez o Curso Normal na escola Francisco Marques Pinto e se qualificou para trabalhar como professor do primário. Também se formou como técnico em contabilidade, profissão que nunca exerceu. Não é de exatas. Filho de um pequeno comerciante, Arif demonstrava aptidão para a biologia.

Certa feita, com 14 anos de idade, Arif encontrou um cachorro do mato morto e teve a ideia de levá-lo para o laboratório da escola. Não planejava assustar ninguém. Pelo contrário. O objetivo era empalhar o animal, mesmo sem ter conhecimento aprofundado em taxidermia, a técnica de preservação do corpo.

Como não fez todos os processos necessários, o procedimento apresentou defeitos e o animal entrou em estado de decomposição. Apesar disso, a atitude chamou a atenção da professora de biologia, Ione Ferrarini, que o apresentou ao professor Dino Vizotto na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - Fafi, atualmente Ibilce/Unesp de Rio Preto. Dino não só recebeu bem o aluno secundarista, como ensinou as técnicas de taxidermia.

Ao conhecer os laboratórios, visitar as salas de ensino e percorrer os ambientes estudantis, Arif teve certeza do que queria fazer e foi se preparar para o vestibular. No final da década de 1960, deixou Nova Granada para morar na casa da irmã, Syria, em Rio Preto, e ingressou no cursinho intensivo do Diretório Acadêmico da Fafi.

Na família Cais, os irmãos mais velhos, até pela condição financeira, não cursaram o ensino superior, mas, quando as coisas melhoraram, fizeram questão de ajudar os mais novos a conquistar esse título. Arif prestou a prova e foi aprovado em 1968, na graduação de História Natural, hoje Ciências Biológicas.

Para se manter, conseguiu um emprego na escola Jamil Khauan como professor-substituto. Em 1971, pegou o diploma e a estrada. Trabalhou na Secretaria de Estado da Educação, em São Paulo, e depois percorreu a região.

Iniciou a vida acadêmica em 1973 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Adamantina, como professor de zoologia, ramo da biologia que estuda a origem e a vida dos animais. Lecionou em cursinho pré-vestibulares em Tupã e em escolas de Nova Granada, Icém e Guapiaçu. Morando em Rio Preto, viajava milhares de quilômetros por mês.

A sua história se modificou para sempre a partir de 1976 quando ingressou no Ibilce, onde desenvolveu uma longeva e respeitada carreira na pesquisa e no ensino.

No horário inverso ao da aula matinal, o menino Arif Cais fazia animadas incursões com os amigos pela área rural de Nova Granada. Ele nadava nos córregos, passeava pelas matas e pescava nas águas mansas que cortavam o município. E gostava de observar, com grande interesse, os hábitos dos bichos e dos insetos, de variados tamanhos, que encontrava na imensidão de verde.

A troca de turno da tarde com a noite anunciava a hora de voltar para casa. Antes de tomar banho e jantar, ainda brincava mais um tempo na rua, enquanto os adultos conversavam amenidades pelas calçadas. Década de 1940, tempos bem diferentes.

No dia seguinte, a rotina recomeçava.

Arif não imaginava que os momentos de lazer iriam mostrar pistas sobre um importante caminho, que começou a trilhar na juventude e que dificilmente vai abandonar. Acredita que aí nasceu a paixão pelos animais.

Cresceu com a vontade de estudar mais a fundo a vida dentro da natureza. À época, apreciava as formigas. Tanto que criou uma coleção com diversas espécies, recolhidas em seus habitats e alocadas em frascos de remédio.

Em Nova Granada, fez o Curso Normal na escola Francisco Marques Pinto e se qualificou para trabalhar como professor do primário. Também se formou como técnico em contabilidade, profissão que nunca exerceu. Não é de exatas. Filho de um pequeno comerciante, Arif demonstrava aptidão para a biologia.

Certa feita, com 14 anos de idade, Arif encontrou um cachorro do mato morto e teve a ideia de levá-lo para o laboratório da escola. Não planejava assustar ninguém. Pelo contrário. O objetivo era empalhar o animal, mesmo sem ter conhecimento aprofundado em taxidermia, a técnica de preservação do corpo.

Como não fez todos os processos necessários, o procedimento apresentou defeitos e o animal entrou em estado de decomposição. Apesar disso, a atitude chamou a atenção da professora de biologia, Ione Ferrarini, que o apresentou ao professor Dino Vizotto na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - Fafi, atualmente Ibilce/Unesp de Rio Preto. Dino não só recebeu bem o aluno secundarista, como ensinou as técnicas de taxidermia.

Ao conhecer os laboratórios, visitar as salas de ensino e percorrer os ambientes estudantis, Arif teve certeza do que queria fazer e foi se preparar para o vestibular. No final da década de 1960, deixou Nova Granada para morar na casa da irmã, Syria, em Rio Preto, e ingressou no cursinho intensivo do Diretório Acadêmico da Fafi.

Na família Cais, os irmãos mais velhos, até pela condição financeira, não cursaram o ensino superior, mas, quando as coisas melhoraram, fizeram questão de ajudar os mais novos a conquistar esse título. Arif prestou a prova e foi aprovado em 1968, na graduação de História Natural, hoje Ciências Biológicas.

Para se manter, conseguiu um emprego na escola Jamil Khauan como professor-substituto. Em 1971, pegou o diploma e a estrada. Trabalhou na Secretaria de Estado da Educação, em São Paulo, e depois percorreu a região.

Iniciou a vida acadêmica em 1973 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Adamantina, como professor de zoologia, ramo da biologia que estuda a origem e a vida dos animais. Lecionou em cursinho pré-vestibulares em Tupã e em escolas de Nova Granada, Icém e Guapiaçu. Morando em Rio Preto, viajava milhares de quilômetros por mês.

A sua história se modificou para sempre a partir de 1976 quando ingressou no Ibilce, onde desenvolveu uma longeva e respeitada carreira na pesquisa e no ensino.

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