ELEIÇÕES

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Quase metade dos vereadores de Rio Preto já está na ‘vitrine’ para 2024

Quase metade dos vereadores de Rio Preto já está na ‘vitrine’ para 2024

Pelo menos oito dos 17 integrantes da Câmara de Rio Preto assumiram compromisso com outra legenda ou se dizem abertos a novas possibilidades

Pelo menos oito dos 17 integrantes da Câmara de Rio Preto assumiram compromisso com outra legenda ou se dizem abertos a novas possibilidades

Por Maria Elena Covre e Vinícius Marques | 20/05/2023 | Tempo de leitura: 5 min
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Por Maria Elena Covre e Vinícius Marques
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20/05/2023 - Tempo de leitura: 5 min

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Da esq. para a dir., acima: Anderson Branco, Bruno Marinho, Celso Peixão, Karina Caroline. Abaixo: Odélio Chaves, Pedro Roberto, Robson Ricci e Rossini Diniz

Pelo menos oito dos 17 vereadores que compõem a Câmara de Rio Preto já estão expondo seus cobiçados dotes ou trunfos eleitorais na vitrine do mercado partidário, tendo em vista um melhor reposicionamento na acirrada disputa pela reeleição no ano que vem.

Sob os holofotes, ou nos bastidores, a movimentada coreografia que se dá nesse jogo inclui Pedro Roberto (Patriota), Anderson Branco (PL), Karina Caroline (Republicanos), Robson Ricci (Republicanos), Celso Peixão (MDB), Rossini Diniz (PL), Odélio Chaves (PP) e Bruno Marinho (Patriota).

Em campo, tem aqueles que simulam jogar parado, apenas sinalizando que estão abertos um convite mais vantajoso ou irrecusável. E também aqueles que já tornaram clara a intenção de deixar o atual partido e, mediante a cobiça que despertam, sentam para negociar condições mais favoráveis na guerra pelo voto.

Para quem já tem mandato, caso dos vereadores como um todo, os ventos são sempre de boas oportunidades, com os partidos caçando para compor suas chapas proporcionais puxadores de votos já testados pelas urnas e com a vantagem de contar com uma estrutura generosa do Legislativo.

Com o aumento no número de cadeiras para 23 no ano que vem, o cenário é ainda mais animador para quem não quer sair do “clubinho”, enquanto um verdadeiro batalhão vai “forçar a porta” para entrar.

As tratativas, ora abertas, por vezes realizadas sem alardes, têm avançado. Alguns, inclusive, só aguardam a abertura da janela da infidelidade, em abril do ano que vem, para oficializar o divórcio com o atual partido e consolidar o novo casamento. Antes disso, tudo é extraoficial.

Fio do bigode

Pedro Roberto nunca negou que ia procurar uma outra legenda desde o primeiro dia da atual Legislatura, quando Ulisses Ramalho, cacique local do seu partido, o Patriota, não o apoiou na disputa pela presidência da Câmara. De lá para cá, ele flertou, namorou e quase noivou com o PSD de Eleuses Paiva. Mas mudou de rumo e acabou firmando compromisso com o Republicanos da Coronel Helena.

Saída certa

Peixão é outro que dá como certa sua saída do MDB do prefeito Edinho Araújo (MDB). Nas eleições do ano passado, ele deu uma força para o ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB), um ex-aliado, mas também acabou seduzido pelas condições oferecidas pelo presidente local do Republicanos, Diego Polachini. Ainda não fechou questão de forma tão categórica quanto Pedro, o que tem levado emissários do deputado estadual Itamar Borges (MDB) a tentar convencê-lo a permanecer com os governistas.

Espécies de joias mais brilhantes da coroa, Robson Ricci e Karina Caroline são objeto de desejo de qualquer legenda e acabaram empurrados para a “vitrine” após desavenças públicas com Polachini. Ricci foi o mais votado na disputa de 2020 e Karina, além de estar no terceiro mandato consecutivo, foi a segunda com maior votação.

Os dois são cautelosos em relação ao tema. Robson declarou à reportagem que não gostaria de falar sobre o assunto ainda, mas é sabido que ele contabiliza ao menos quatro ofertas partidária, incluindo o PP de Paulo Pauléra. Karina também não dá entrevista sobre o assunto, mas é cortejada pelo MDB, entre outros.

Ex-zebra

De “zebra” na eleição de 2016 à reeleição com crescimento de votos em 2020, o trepidante Anderson Branco se firmou como liderança com poder de fogo entre parte do eleitorado evangélico. A encrenca com o PL começou nas eleições de 2022, quando não apoiou Luiz Carlos Motta. Hoje ele diz estar propenso a fechar com o Patriota, justificando que tem uma relação de afinidade com Ulisses Ramalho.

Nessa dança das cadeiras, Bruno Marinho, que chegou à Câmara pelo Patriota depois de herdar o espólio eleitoral do o pai, José Carlos Marinho, o “rei das várzeas”, deverá migrar para o PL pelas mãos de Motta, a quem é politicamente ligado.

“Realmente existe o convite, e fico muito feliz por ele. Até pela questão de o nosso partido não ter atingido a cláusula de barreira e precisar se unir a outra sigla, a possibilidade de mudança existe. Ter um convite do PL, o maior partido do Brasil, demonstra que nosso trabalho está sendo bem aceito na cidade. Sou parceiro político do Motta desde sua primeira eleição e pretendo dar continuidade a isso”, afirmou Bruno Marinho.

Homem do ovo

Quem acompanha as sessões da Câmara talvez tenha dificuldade em apontar quem é Rossini Diniz, que pegou a primeira suplência do PL na eleição passada e assumiu depois de Fábio Marcondes se licenciar para comandar a Secretaria de Esportes de Rio Preto. Neste dois anos e meio de mandato, ele nunca fez um pronunciamento na Tribuna e também não é afeito a dar entrevistas ou entrar em temas polêmicos.

Mas lá na Vila Esperança ele é o homem do ovo. Idealizador de um granja comunitária com 800 galinhas que botam cerca de 18 mil ovos por mês, ele distribui gratuitamente parte do alimento, que faz parte de cestas básicas, a mais de 400 famílias do Nova Esperança, região pobre da cidade.

Rossini é o que diz jogar parado, porque não sente urgência em deixar o PL, mas admite que tem “uma conversa boa engatada com o Patriota”.

Por fim, nesse jogo entra ainda outra revelação das urnas na atual Legislatura: o advogado Odélio Chaves (PP), que tem sua base na Igreja Quadrangular, outra denominação evangélica forte e fiel nas urnas. Enquanto o Republicanos já demonstrou que quer o parlamentar em seus quadros, Pauléra atua com afinco para mantê-lo em seus quadros.

O parlamentar, no entanto, desconversa. “O diálogo (conversa) entre agentes políticos e dirigentes fazem parte da política. Todavia, estou filiado ao PP e com amparo do diretório municipal. Por fim, minhas forças estão concentradas, neste momento, a desempenhar minhas atribuições com excelência”, disse. “Estou concentrado no meu mandato. Qualquer conversa partidária será feita em momento oportuno”, complementou.

“Eu conversei com ele na semana passada. Faz parte dos nossos planos, do PP, não há nenhuma possibilidade de ele sair. Em nenhum momento se manifestou sobre sair”, afirmou Pauléra, mas já colocando o bigodão de molho.

Pelo menos oito dos 17 vereadores que compõem a Câmara de Rio Preto já estão expondo seus cobiçados dotes ou trunfos eleitorais na vitrine do mercado partidário, tendo em vista um melhor reposicionamento na acirrada disputa pela reeleição no ano que vem.

Sob os holofotes, ou nos bastidores, a movimentada coreografia que se dá nesse jogo inclui Pedro Roberto (Patriota), Anderson Branco (PL), Karina Caroline (Republicanos), Robson Ricci (Republicanos), Celso Peixão (MDB), Rossini Diniz (PL), Odélio Chaves (PP) e Bruno Marinho (Patriota).

Em campo, tem aqueles que simulam jogar parado, apenas sinalizando que estão abertos um convite mais vantajoso ou irrecusável. E também aqueles que já tornaram clara a intenção de deixar o atual partido e, mediante a cobiça que despertam, sentam para negociar condições mais favoráveis na guerra pelo voto.

Para quem já tem mandato, caso dos vereadores como um todo, os ventos são sempre de boas oportunidades, com os partidos caçando para compor suas chapas proporcionais puxadores de votos já testados pelas urnas e com a vantagem de contar com uma estrutura generosa do Legislativo.

Com o aumento no número de cadeiras para 23 no ano que vem, o cenário é ainda mais animador para quem não quer sair do “clubinho”, enquanto um verdadeiro batalhão vai “forçar a porta” para entrar.

As tratativas, ora abertas, por vezes realizadas sem alardes, têm avançado. Alguns, inclusive, só aguardam a abertura da janela da infidelidade, em abril do ano que vem, para oficializar o divórcio com o atual partido e consolidar o novo casamento. Antes disso, tudo é extraoficial.

Fio do bigode

Pedro Roberto nunca negou que ia procurar uma outra legenda desde o primeiro dia da atual Legislatura, quando Ulisses Ramalho, cacique local do seu partido, o Patriota, não o apoiou na disputa pela presidência da Câmara. De lá para cá, ele flertou, namorou e quase noivou com o PSD de Eleuses Paiva. Mas mudou de rumo e acabou firmando compromisso com o Republicanos da Coronel Helena.

Saída certa

Peixão é outro que dá como certa sua saída do MDB do prefeito Edinho Araújo (MDB). Nas eleições do ano passado, ele deu uma força para o ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB), um ex-aliado, mas também acabou seduzido pelas condições oferecidas pelo presidente local do Republicanos, Diego Polachini. Ainda não fechou questão de forma tão categórica quanto Pedro, o que tem levado emissários do deputado estadual Itamar Borges (MDB) a tentar convencê-lo a permanecer com os governistas.

Espécies de joias mais brilhantes da coroa, Robson Ricci e Karina Caroline são objeto de desejo de qualquer legenda e acabaram empurrados para a “vitrine” após desavenças públicas com Polachini. Ricci foi o mais votado na disputa de 2020 e Karina, além de estar no terceiro mandato consecutivo, foi a segunda com maior votação.

Os dois são cautelosos em relação ao tema. Robson declarou à reportagem que não gostaria de falar sobre o assunto ainda, mas é sabido que ele contabiliza ao menos quatro ofertas partidária, incluindo o PP de Paulo Pauléra. Karina também não dá entrevista sobre o assunto, mas é cortejada pelo MDB, entre outros.

Ex-zebra

De “zebra” na eleição de 2016 à reeleição com crescimento de votos em 2020, o trepidante Anderson Branco se firmou como liderança com poder de fogo entre parte do eleitorado evangélico. A encrenca com o PL começou nas eleições de 2022, quando não apoiou Luiz Carlos Motta. Hoje ele diz estar propenso a fechar com o Patriota, justificando que tem uma relação de afinidade com Ulisses Ramalho.

Nessa dança das cadeiras, Bruno Marinho, que chegou à Câmara pelo Patriota depois de herdar o espólio eleitoral do o pai, José Carlos Marinho, o “rei das várzeas”, deverá migrar para o PL pelas mãos de Motta, a quem é politicamente ligado.

“Realmente existe o convite, e fico muito feliz por ele. Até pela questão de o nosso partido não ter atingido a cláusula de barreira e precisar se unir a outra sigla, a possibilidade de mudança existe. Ter um convite do PL, o maior partido do Brasil, demonstra que nosso trabalho está sendo bem aceito na cidade. Sou parceiro político do Motta desde sua primeira eleição e pretendo dar continuidade a isso”, afirmou Bruno Marinho.

Homem do ovo

Quem acompanha as sessões da Câmara talvez tenha dificuldade em apontar quem é Rossini Diniz, que pegou a primeira suplência do PL na eleição passada e assumiu depois de Fábio Marcondes se licenciar para comandar a Secretaria de Esportes de Rio Preto. Neste dois anos e meio de mandato, ele nunca fez um pronunciamento na Tribuna e também não é afeito a dar entrevistas ou entrar em temas polêmicos.

Mas lá na Vila Esperança ele é o homem do ovo. Idealizador de um granja comunitária com 800 galinhas que botam cerca de 18 mil ovos por mês, ele distribui gratuitamente parte do alimento, que faz parte de cestas básicas, a mais de 400 famílias do Nova Esperança, região pobre da cidade.

Rossini é o que diz jogar parado, porque não sente urgência em deixar o PL, mas admite que tem “uma conversa boa engatada com o Patriota”.

Por fim, nesse jogo entra ainda outra revelação das urnas na atual Legislatura: o advogado Odélio Chaves (PP), que tem sua base na Igreja Quadrangular, outra denominação evangélica forte e fiel nas urnas. Enquanto o Republicanos já demonstrou que quer o parlamentar em seus quadros, Pauléra atua com afinco para mantê-lo em seus quadros.

O parlamentar, no entanto, desconversa. “O diálogo (conversa) entre agentes políticos e dirigentes fazem parte da política. Todavia, estou filiado ao PP e com amparo do diretório municipal. Por fim, minhas forças estão concentradas, neste momento, a desempenhar minhas atribuições com excelência”, disse. “Estou concentrado no meu mandato. Qualquer conversa partidária será feita em momento oportuno”, complementou.

“Eu conversei com ele na semana passada. Faz parte dos nossos planos, do PP, não há nenhuma possibilidade de ele sair. Em nenhum momento se manifestou sobre sair”, afirmou Pauléra, mas já colocando o bigodão de molho.

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