A música sertaneja de raiz perdeu o compositor Waldemar de Freitas Assunção, que morreu aos 78 anos, na madrugada desta quinta-feira, 18, em Rio Preto. Autor de cerca de cem canções, muitas delas de sucesso e interpretadas por duplas como Milionário & José Rico e Chrystian & Ralf, ele foi enterrado nesta sexta-feira, 19, no cemitério de São João Batista. A causa da morte não foi divulgada.

"Por ter nascido na roça, em Bady Bassitt, ele conseguiu em suas letras levar para as músicas o sentimento do caipira que saía da roça e vinha viver na cidade”, diz o jornalista e escritor Romildo Sant’Anna.

Segundo ele, apesar da tristeza da perda do compositor, é simbólico que ele tenha morrido na data em que se comemora o Dia Nacional do Violeiro, 18 de maio. Waldemar tem seu nome eternizado no viaduto da rodovia Washington Luís, na região das avenidas Alberto Andaló e José Munia.

O prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo, também prestou condolências à família. “Que Deus conforte os familiares, amigos e admiradores do compositor sertanejo Waldemar de Freitas Assunção”, publicou em uma rede social.

Quem também lamenta a morte do compositor é o cantor Aparecido Donizete dos Santos, da dupla Divino e Donizete. “Waldemar vai deixar uma grande saudade. Ele me deu os meus dois maiores sucessos, as músicas ‘Fronteira da Saudade’ e ‘Eu Preciso ser Feliz’. As duas canções fizeram muito sucesso em 1974”, recorda o cantor.

O secretário de Comunicação de Rio Preto e coordenador do Festival Nacional de Viola, Mário Soler, lembrou que as composições de Waldemar caíram rapidamente no gosto popular, após uma parceria bem-sucedida com Milionário & José Rico e outras duplas de sucesso do universo sertanejo. “O compositor se orgulhava de ter dado a sugestão para o slogan de Milionário e José Rico: ‘Gargantas de ouro do Brasil’. Waldemar chegou a ser colunista de música do Diário da Região e do extinto jornal Dia e Noite. E teve também uma queda pelo futebol, mantendo por alguns anos uma equipe que mesclava jogadores profissionais e amadores e fazia amistosos festivos em cidades da região”, completa.

“Waldemar de Freitas Assunção se orgulhava muito, e com razão, da amizade e da histórica parceria que fez com Milionário e José Rico. Era comum Waldemar circulando sozinho pela cidade com sua caminhonete, ao som do sertanejo raiz, especialmente músicas compostas por ele e interpretadas por ícones do cenário caipira. Amava futebol. Foi um atuante diretor de relações públicas do seu América Futebol Clube. Lamentavelmente, Waldemar teve menos reconhecimento do que merecia, pela importância que teve e tem no mundo da música sertaneja”, acrescentou o jornalista Milton Rodrigues.

‘Uma grande perda’

O cantor Milionário disse ao Diário ter ficado muito triste com a morte do compositor. Ele considera Waldemar uma das pessoas que mais contribuíram para o sucesso da música sertaneja, por meio de suas canções que viraram clássicos.

“Eu estou muito triste em perder o Waldemar, que foi um grande compositor. Fez muitas músicas para nós, Milionário e José Rico. Para mim, foi uma grande perda, mas Deus sabe o que faz. Waldemar está com Deus. Que tenha no céu um bom lugar”, disse o cantor.

Após a morte de José Rico, em 2015, Milionário formou dupla com o sertanejo Marciano até 2019, quando o novo parceiro também morreu. Atualmente, Milionário está em carreira solo.

Entre as músicas compostas por Waldemar e gravadas pela dupla Milionário e José Rico estão “Jogo do Amor”, “Sozinho na Estrada”, “Amor com Amor Se Paga (Meu Erro)” e “Duas Camisas”.

Waldemar também teve canções interpretadas pelas duplas Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano e Zezé di Camargo e Luciano.