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02 de abril de 2023

TRABALHO ÁRDUO

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Reciclagem é alternativa de sobrevivência de famílias em Rio Preto

Reciclagem é alternativa de sobrevivência de famílias em Rio Preto

Reciclagem é garantia de sobrevivência para muita gente, mas para chegar a um salário mínimo seria preciso recolher 12 mil latinhas de alumínio

Reciclagem é garantia de sobrevivência para muita gente, mas para chegar a um salário mínimo seria preciso recolher 12 mil latinhas de alumínio

Por Da Redação | 11/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
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Por Da Redação
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11/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

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São Paulo - Latas de alumínio destinadas a reciclagem.

Se num trabalho formal é preciso trabalhar no mínimo 40 horas por semana para receber um salário mínimo por mês, um catador de latinhas precisa reunir 12 mil latinhas para receber o mesmo. O catador Alexandre Cândido, 55 anos, percorre, em média, 300 quilômetros – considerando apenas dias úteis – de bicicleta por mês em Rio Preto, mas coleta apenas 2 mil latinhas, o que representa não mais que R$ 210.

Alexandre é um entre tantos moradores de Rio Preto que viram na coleta de materiais recicláveis uma alternativa para sobreviver. Em Rio Preto, apesar de fechar o ano passado com um saldo positivo de 4.727 novos empregos, foram registradas 73.148 demissões ao longo, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Embora não haja números oficiais que meçam a quantidade de pessoas que vivem dessa atividade em Rio Preto, Tadeu Marioto, proprietário da Reciclagem Duas Vendas, afirma que o número de catadores é difícil de ser calculado, mas existe uma expectativa que haja entre 1,5 mil a 2 mil pessoas em Rio Preto trabalhado com o recolhimento desse tipo de artigos pelas ruas.

“Devem existir em torno de 40 depósitos que compram latinha. Para catador deve ter um número bem expressivo porque eles abastecem todos esses depósitos”, afirma o proprietário.

Para Tereza Pagliotto, coordenadora da Cooperativa de Coleta Seletiva, Beneficiamento e Transformação de Materiais Recicláveis (Cooperlagos), que conta com 81 cooperados podendo receber em torno de R$ 2,5 mil por mês, o aumento no número de catadores tem relação com o desemprego. “De dois anos para cá a gente tem sentido que, com o empobrecimento das famílias, muitas tiveram como opção de renda a reciclagem”, afirma a coordenadora.

Alexandre sustenta seus pais e o filho recolhendo 30 quilos de latinha em meses de boa coleta, contando também com a ajuda de outras pessoas. “Tem gente que me ajuda, guardam as latas e eu vou buscar. Mas como tem muita gente pegando latinha, isso acaba atrapalhando muito porque essa é minha renda para sobreviver. Ainda mais agora que meu pai sofreu um AVC”, afirma.

Em média, esses 30 quilos de latas de alumínio recolhidas por Alexandre significam 2 mil unidades do produto. Ao valor de R$ 7 o quilo, o resultado é R$ 210 por mês. Valor que nem chega a ser a metade do atual salário mínimo em vigor no Brasil, R$ 1.302.

Preços

Marioto afirma que o valor da latinha de alumínio – o objeto mais procurado - está em ritmo de queda há quatro meses. “Hoje a latinha, que é o que a gente mais gira, está em torno de R$ 7 o quilo”, conclui. Em 2021, pico dos preços, chegou a R$ 10 o quilo.

Para o economista Raphael Mantovani, essa queda se deve a uma alta oferta do alumínio. “No começo da pandemia houve um forte recuo na oferta do material devido à paralisação das atividades. Em paralelo, é importante ressaltar que o preço na indústria foi fortemente elevado devido à menor oferta e maior demanda de outros minerais, como aço e cobre, fazendo com que os itens considerados de mesma linhagem (minerais) subissem”, afirma.

Tereza também diz que a latinha, chamado por ela de filé mignon por ser o material que gera maior renda, está chegando em menor quantidade na cooperativa. “Essa redução na entrada de latinha acontece porque o cliente que faz a separação para a Cooperlagos tem contato com familiares, ou a própria funcionária, que passa por dificuldades financeiras. O próprio cliente tira o produto de maior valor agregado e entrega para essa família que está mais próxima”, conclui.

Tadeu Marioto lembra a importância ambiental dos catadores. “Esse pessoal é o responsável por alimentar os depósitos, eles são os principais parceiros do meio ambiente”, afirma. (Colaborou Marcelo Freitas)

Se num trabalho formal é preciso trabalhar no mínimo 40 horas por semana para receber um salário mínimo por mês, um catador de latinhas precisa reunir 12 mil latinhas para receber o mesmo. O catador Alexandre Cândido, 55 anos, percorre, em média, 300 quilômetros – considerando apenas dias úteis – de bicicleta por mês em Rio Preto, mas coleta apenas 2 mil latinhas, o que representa não mais que R$ 210.

Alexandre é um entre tantos moradores de Rio Preto que viram na coleta de materiais recicláveis uma alternativa para sobreviver. Em Rio Preto, apesar de fechar o ano passado com um saldo positivo de 4.727 novos empregos, foram registradas 73.148 demissões ao longo, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Embora não haja números oficiais que meçam a quantidade de pessoas que vivem dessa atividade em Rio Preto, Tadeu Marioto, proprietário da Reciclagem Duas Vendas, afirma que o número de catadores é difícil de ser calculado, mas existe uma expectativa que haja entre 1,5 mil a 2 mil pessoas em Rio Preto trabalhado com o recolhimento desse tipo de artigos pelas ruas.

“Devem existir em torno de 40 depósitos que compram latinha. Para catador deve ter um número bem expressivo porque eles abastecem todos esses depósitos”, afirma o proprietário.

Para Tereza Pagliotto, coordenadora da Cooperativa de Coleta Seletiva, Beneficiamento e Transformação de Materiais Recicláveis (Cooperlagos), que conta com 81 cooperados podendo receber em torno de R$ 2,5 mil por mês, o aumento no número de catadores tem relação com o desemprego. “De dois anos para cá a gente tem sentido que, com o empobrecimento das famílias, muitas tiveram como opção de renda a reciclagem”, afirma a coordenadora.

Alexandre sustenta seus pais e o filho recolhendo 30 quilos de latinha em meses de boa coleta, contando também com a ajuda de outras pessoas. “Tem gente que me ajuda, guardam as latas e eu vou buscar. Mas como tem muita gente pegando latinha, isso acaba atrapalhando muito porque essa é minha renda para sobreviver. Ainda mais agora que meu pai sofreu um AVC”, afirma.

Em média, esses 30 quilos de latas de alumínio recolhidas por Alexandre significam 2 mil unidades do produto. Ao valor de R$ 7 o quilo, o resultado é R$ 210 por mês. Valor que nem chega a ser a metade do atual salário mínimo em vigor no Brasil, R$ 1.302.

Preços

Marioto afirma que o valor da latinha de alumínio – o objeto mais procurado - está em ritmo de queda há quatro meses. “Hoje a latinha, que é o que a gente mais gira, está em torno de R$ 7 o quilo”, conclui. Em 2021, pico dos preços, chegou a R$ 10 o quilo.

Para o economista Raphael Mantovani, essa queda se deve a uma alta oferta do alumínio. “No começo da pandemia houve um forte recuo na oferta do material devido à paralisação das atividades. Em paralelo, é importante ressaltar que o preço na indústria foi fortemente elevado devido à menor oferta e maior demanda de outros minerais, como aço e cobre, fazendo com que os itens considerados de mesma linhagem (minerais) subissem”, afirma.

Tereza também diz que a latinha, chamado por ela de filé mignon por ser o material que gera maior renda, está chegando em menor quantidade na cooperativa. “Essa redução na entrada de latinha acontece porque o cliente que faz a separação para a Cooperlagos tem contato com familiares, ou a própria funcionária, que passa por dificuldades financeiras. O próprio cliente tira o produto de maior valor agregado e entrega para essa família que está mais próxima”, conclui.

Tadeu Marioto lembra a importância ambiental dos catadores. “Esse pessoal é o responsável por alimentar os depósitos, eles são os principais parceiros do meio ambiente”, afirma. (Colaborou Marcelo Freitas)

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