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02 de abril de 2023
FOLGA SEMANAL
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Semana com quatro dias úteis daria certo no Brasil?
Semana com quatro dias úteis daria certo no Brasil?
Tendência pode diminuir a síndrome do esgotamento profissional, o Burnout, mas gera dúvidas sobre como afetaria a produtividade das empresas
Tendência pode diminuir a síndrome do esgotamento profissional, o Burnout, mas gera dúvidas sobre como afetaria a produtividade das empresas
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Quando chega a sexta-feira é só comemoração, enquanto o domingo à noite costuma ser marcado por lamentações, pois as horas da folga semanal estão chegando ao fim. Porém, essa rotina parece estar mudando e muitas empresas já diminuíram a jornada de trabalho para quatro dias semana.
Antes mesmo da pandemia, a Nova Zelândia já implementava essa nova rotina, seguida por países como Emirados Árabes Unidos, Bélgica, Islândia, Escócia, entre outros. Uma pesquisa realizada pela 4 Day Week Global revelou que um dia a mais de folga foi benéfico tanto para os funcionários quanto para as empresas. Isso porque a pesquisa mostrou que a semana mais curta é capaz de reduzir o Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, em 71%, sem afetar a produtividade das empresas.
A psicóloga e coach Silvana Parreira de Jesus observa que, desde a pandemia, os colaboradores estão buscando mais qualidade de vida e mudanças como essas estão sendo consideradas pelas empresas, que, por sua vez, passaram a valorizar mais os cuidados com a saúde mental e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para ter um time com profissionais de alta performance, gerando assim mais resultados. "Essa nova modalidade possui várias vantagens, como, por exemplo, motivação para organizar a vida pessoal e profissional, tendo assim mais equilíbrio. A empresa consegue atrair e reter talentos, maior produtividade nos dias úteis, redução nas despesas diárias da empresa (água, café, luz, telefone), entre outros".
Porém, a psicóloga também pontua algumas desvantagens de se trabalhar apenas quatro dias por semana. "Não são todos os profissionais que conseguem ter esse benefício, devido ao cargo e à demanda. Empresas não conseguem se adaptar e nos dias úteis forçam o colaborador com cargas excessivas e desnecessárias e, assim, não conseguem ter o resultado esperado", acrescenta.
Ainda segundo ela, uma empresa que queira adotar a jornada de quatro dias deve ter objetivos claros e definidos para os colaboradores, certificar-se de que os processos estejam ajustados, priorizar, revisar e automatizar tarefas. "A equipe de gestão precisa focar em resultados apresentados pela equipe, além disso, é importante que a empresa tenha uma cultura que enfatize a criatividade, cooperação, trabalho em equipe e uma comunicação saudável", finaliza.
A psicóloga organizacional estratégica Daniela Brandi explica que trabalhar apenas quatro dias na semana não necessariamente sobrecarregaria o profissional. "Diminuir expediente de trabalho não é inversamente proporcional a sobrecarregar seu dia a dia. Muitas vezes a pessoa se torna mais produtiva, focada, perde menos tempo em questões por vezes aleatórias ou improdutivas. Uma revisão na rotina e na distribuição das tarefas, uma organização de agenda e a aplicação de uma eficiência nos resultados não sobrecarrega o dia a dia e aumenta a produtividade", afirma.
Para ela, essa modalidade seria muito eficaz para o Brasil. "Muitas empresas e colaboradores já têm maturidade para lidar com entrega por resultados e não nos moldes tradicionais de carga horária. Com certeza alguns segmentos inicialmente podem não suportar essa mudança imediatamente, porém, se for entendido em todos os departamentos, de qualquer empresa ou segmento com escalas de trabalho, em breve o colaborador pode definir quando consegue estar disponível para a empresa, definindo a carga horária que trabalhará. Mas dependemos da maturidade de ambos os lados, empregador e empregado. Sem isso, que demandará reorganização e implantação de processos, não será aplicável", finaliza.
(Colaborou Sarah Belline)
Quando chega a sexta-feira é só comemoração, enquanto o domingo à noite costuma ser marcado por lamentações, pois as horas da folga semanal estão chegando ao fim. Porém, essa rotina parece estar mudando e muitas empresas já diminuíram a jornada de trabalho para quatro dias semana.
Antes mesmo da pandemia, a Nova Zelândia já implementava essa nova rotina, seguida por países como Emirados Árabes Unidos, Bélgica, Islândia, Escócia, entre outros. Uma pesquisa realizada pela 4 Day Week Global revelou que um dia a mais de folga foi benéfico tanto para os funcionários quanto para as empresas. Isso porque a pesquisa mostrou que a semana mais curta é capaz de reduzir o Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, em 71%, sem afetar a produtividade das empresas.
A psicóloga e coach Silvana Parreira de Jesus observa que, desde a pandemia, os colaboradores estão buscando mais qualidade de vida e mudanças como essas estão sendo consideradas pelas empresas, que, por sua vez, passaram a valorizar mais os cuidados com a saúde mental e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para ter um time com profissionais de alta performance, gerando assim mais resultados. "Essa nova modalidade possui várias vantagens, como, por exemplo, motivação para organizar a vida pessoal e profissional, tendo assim mais equilíbrio. A empresa consegue atrair e reter talentos, maior produtividade nos dias úteis, redução nas despesas diárias da empresa (água, café, luz, telefone), entre outros".
Porém, a psicóloga também pontua algumas desvantagens de se trabalhar apenas quatro dias por semana. "Não são todos os profissionais que conseguem ter esse benefício, devido ao cargo e à demanda. Empresas não conseguem se adaptar e nos dias úteis forçam o colaborador com cargas excessivas e desnecessárias e, assim, não conseguem ter o resultado esperado", acrescenta.
Ainda segundo ela, uma empresa que queira adotar a jornada de quatro dias deve ter objetivos claros e definidos para os colaboradores, certificar-se de que os processos estejam ajustados, priorizar, revisar e automatizar tarefas. "A equipe de gestão precisa focar em resultados apresentados pela equipe, além disso, é importante que a empresa tenha uma cultura que enfatize a criatividade, cooperação, trabalho em equipe e uma comunicação saudável", finaliza.
A psicóloga organizacional estratégica Daniela Brandi explica que trabalhar apenas quatro dias na semana não necessariamente sobrecarregaria o profissional. "Diminuir expediente de trabalho não é inversamente proporcional a sobrecarregar seu dia a dia. Muitas vezes a pessoa se torna mais produtiva, focada, perde menos tempo em questões por vezes aleatórias ou improdutivas. Uma revisão na rotina e na distribuição das tarefas, uma organização de agenda e a aplicação de uma eficiência nos resultados não sobrecarrega o dia a dia e aumenta a produtividade", afirma.
Para ela, essa modalidade seria muito eficaz para o Brasil. "Muitas empresas e colaboradores já têm maturidade para lidar com entrega por resultados e não nos moldes tradicionais de carga horária. Com certeza alguns segmentos inicialmente podem não suportar essa mudança imediatamente, porém, se for entendido em todos os departamentos, de qualquer empresa ou segmento com escalas de trabalho, em breve o colaborador pode definir quando consegue estar disponível para a empresa, definindo a carga horária que trabalhará. Mas dependemos da maturidade de ambos os lados, empregador e empregado. Sem isso, que demandará reorganização e implantação de processos, não será aplicável", finaliza.
(Colaborou Sarah Belline)
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