Uma chuva de granizo caiu no começo da tarde desta terça-feira, 7, em diversos bairros de Rio Preto. O mesmo fenômeno meteorológico já havia sido registrado na tarde do último sábado, 4, no distrito de Engenheiro Schmitt.

A meteorologista Morgana Almeida, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que as chuvas de granizo são mais comuns entre as estações mais quentes do ano, primavera e verão, mas é incomum acontecer em março.

"Esse tipo de chuva é mais comum entre o início da primavera e o verão. A associação entre o calor e a alta concentração de umidade está contribuindo para a ocorrência dessas chuvas. O padrão da circulação dos ventos em médios e altos níveis da atmosfera, com presença de cavados e da Alta da Bolívia, sistemas clássicos de verão, está muito intenso. Isso fortalece o rápido crescimento das nuvens do tipo Cumulonimbus", diz a meteorologista.

Especialista em clima, o engenheiro civil e sanitarista José Mário Ferreira de Andrade explica que a chuva de granizo ocorre no choque da massa de ar quente com a massa de ar frio.

"Hoje foi um dia com temperatura máxima alta, 30°C. A radiação solar foi intensa. Isso faz com que ocorra muito vapor d'água na atmosfera. Esse vapor ascende os níveis mais elevados da atmosfera e forma as nuvens Cumulonimbus (CB), escuras, muito carregadas eletricamente e propensas à formação de gelo e granizo", explica o especialista.

Segundo José Mário, as gotículas de vapor d'água condensam rapidamente ao encontrar as massas de ar frio, que hoje estavam estacionadas na região de Rio Preto com temperaturas de até -60°C.

Como as Cumulonimbus são nuvens com altura de até 17 km, as gotículas de água formam o gelo, que cai, atravessa as camadas inferiores de ar frio e atingem o solo na forma de granizo.

"É Interessante notar que primeiro formam-se as CB, nuvens escuras na forma de bigorna, depois, no centro delas, ocorre a precipitação das primeiras gotas de chuvas, que provocam os ventos horizontais e a queda da temperatura no nível do solo. A seguir ocorre o granizo, pois a temperatura do ar nas camadas inferiores da atmosfera até o solo, permanece baixa", detalha o engenheiro.

A chuva de granizo não atinge a cidade toda, porque as nuvens carregadas não estão sobre toda a cidade, mas em algumas regiões, o que causa a disparidade.

Além do granizo, houve queda de árvore que interrompeu parcialmente o trânsito da avenida Murchid Homsi, também em Rio Preto. A situação estava normalizada até o final da tarde de terça-feira, segundo o secretário de Serviços Gerais, Ulisses Ramalho.

"Somente nesta avenida tivemos quedas de árvores, em nenhum outro ponto da cidade, mas tem chovido muito em Rio Preto, o que atrapalha o serviço de limpeza", diz o secretário.