Outubro Rosa não chega apenas no calendário, ele se infiltra nas conversas, nas vitrines, nas pequenas lembranças do dia a dia. Há ideias que crescem assim: não por imposição, mas por repetição, por afeto, por insistência silenciosa. E é exatamente isso que ele representa. Mais do que uma cor nas fachadas iluminadas, Outubro Rosa é um chamado coletivo dizendo: prevenir é um gesto de amor-próprio. Não nasce do medo, nasce da autonomia.
A ciência já confirma com números o que o instinto fala há tempos. Um recente estudo publicado na British Journal of Sports Medicine intitulado “Physical Activity and Breast Cancer Risk: A Meta-analysis of Prospective Studies” mostrou que mulheres fisicamente ativas têm até 25% menos risco de desenvolver câncer de mama, independentemente da idade. Outro, na JAMA Oncology cujo titulo é “Physical Activity and Survival After Breast Cancer Diagnosis” acompanhou mulheres acima dos 60 anos e concluiu que caminhadas regulares reduziram até o risco de recidiva em quem já havia enfrentado a doença. O corpo responde. Sempre. Mesmo quando a mente dúvida.
Porque prevenção não nasce de grandes promessas, nasce de gestos quase imperceptíveis. Exercitar-se como quem cultiva, não como quem se pune; caminhar, pedalar devagar, nadar ou dançar, qualquer movimento que faça o coração acelerar um pouco já é forma de proteção. Fazer exames como quem reivindica autonomia, entendendo que a mamografia não é um lembrete de fragilidade, mas um ato claro de coragem. Alimentar-se como quem constrói futuro, colocando mais verduras e proteínas no prato e afastando os ultraprocessados ou industrializados, mesmo que o corpo agradeça em silêncio. Dormir como quem se respeita, pois o sono reorganiza hormônios, repara tecidos e fortalece o sistema imunológico. E, acima de tudo, cercar-se de afeto, afinal, até a ciência confirma que o amor também previne, como aponta o inúmeros estudos que relaciona laços sociais fortes a um sistema imune mais resiliente.
Talvez o Outubro Rosa mais poderoso não seja o que emociona, mas o que transforma. Aquele que faz alguém levantar da cadeira e caminhar cinco minutos a mais.
Que inspira uma mensagem para marcar um exame. Que convence alguém a trocar cansaço por cuidado, pressa por presença. Que traz a luz ao cuidado próprio e prevenção através dos instrumentos que estão na nossa mão.
A verdadeira virada não acontece nas campanhas, acontece na rotina. E talvez o futuro da sua saúde não comece no consultório, nem no hospital. Ele começa agora.
No próximo passo. No próximo gesto. No jeito como você decide tratar a si mesma daqui para frente.
O rosa é só a cor. Quem dá sentido a ele é você. Quero sinceramente te ver se cuidando e afastando o câncer! Até a próxima!
Rogério Cardoso é personal trainer e preparador físico, membro da Sociedade Brasileira de Personal Trainer SBPT e da World Top Trainers WTTC.