Trago hoje curiosidades sobre o lado positivo da prática sexual (alguns falam “fazer amor”, “transar”, e outros nomes curiosos e engraçados que não vou citar aqui, para denominar o ato sexual). Fiz um breve levantamento de alguns benefícios da prática sexual em pesquisas científicas publicadas, entrevistas com profissionais da área, sexólogos, literatura especializada, em sites confiáveis na internet e anotações em sala de aula durante os cursos de pós-graduações em sexualidade nos quais me especializei.
Muitas pessoas acham que é piada quando falamos dos benefícios que a prática sexual traz. Quando se tem uma vida sexual ativa, responsável e segura, os benefícios para a saúde são enormes, reais e verdadeiros.
Segundo a terapeuta especialista em sexualidade humana, Antonieta Mazon, “além de prazerosa, a atividade também pode ter efeitos positivos para o corpo e a mente – por exemplo, o sexo melhora o sono, o sistema imunológico e ainda previne alguns tipos de doenças”. Não significa que se você mantiver uma relação sexual estará livre de doenças, mas que ajuda, ajuda mesmo (rs)!
“Durante a atividade sexual, um grande potencial de energia é acionado, gerando uma descarga energética capaz de relaxar e diminuir a ansiedade. O ato libera hormônios que promovem sensações prazerosas, podendo gerar expressões faciais e corporais que traduzem estados de felicidade e alegria. É por isso que quando estão excitados ou depois que fazem sexo, os parceiros costumam apresentar aspecto mais saudável e vivaz.
Fisiologia da resposta sexual: durante a excitação, a mulher e o homem produzem hormônios que preparam os parceiros para o ato sexual. Diante desta inundação de substâncias químicas, a circulação sanguínea aumenta, o coração acelera, os pelos eriçam, a pele enrubesce e a região genital se dilata, devido à grande concentração de sangue. Nessa hora, outra substância começa a ser liberada no organismo: a endorfina, responsável pela sensação de prazer e satisfação. A liberação máxima desta substância ocorre durante o orgasmo, momento no qual todas as células nervosas do cérebro ‘descarregam’ seu conteúdo bioquímico no corpo (inclusive oxitocina), promovendo um estado de prazer e relaxamento físico total. Este prazer gerado na atividade sexual é também fundamental para o bem-estar psíquico, pois é capaz de aliviar tensões, combater o estresse, aumentar a autoestima, o ânimo e o bom humor. O sexo deixa os amantes num estado de felicidade consigo mesmos e com os outros, promovendo um relaxamento e uma sensação fantasticamente prazerosa”, ressalta a terapeuta.
“Há pesquisas (não totalmente conclusivas) que relacionam a maior frequência sexual à redução de infartos, à diminuição de derrames e à menor incidência de câncer de próstata”, pois durante a relação sexual, há uma diminuição da pressão sanguínea corporal e um aumento da circulação, combatendo assim o mau colesterol.
Ter uma vida sexual mais ativa pode aumentar a expectativa de vida de quem já passou por um infarto. Curiosamente, uma pesquisa, publicada em 2019, no American Journal of Medicine, contradiz o que o senso comum indica (que as pessoas cardíacas precisam evitar ter relações sexuais), pois transar faz muito bem para o coração e, consequentemente, para o corpo. O estudo foi feito com pessoas que viveram um ataque cardíaco em 1992 e 1993, sendo monitorados durante todo o ano de 2015. Para os pesquisadores, os benefícios estão mais associados à relação íntima e os benefícios deste sentimento do que ao ato sexual em si” (Mayumi Sato, pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog).
Luiz Xavier é psicólogo clínico e terapeuta sexual.