No dia 4 de agosto de 1900, a tinta não parou. O tempo corria e nascia o Jornal de Piracicaba, como quem finca bandeira num solo novo. Entre o cheiro do chumbo derretido e o som da prensa manual, o JP marcou sua presença com coragem, informação e visão de futuro.
Como no filme “Coração Valente”, em que a bravura resiste à tirania, o JP empunhou sua pena como espada, usando a verdade como escudo. Não foi só um jornal — foi um guerreiro da notícia. Lutou por justiça, educação, liberdade, saúde, cultura e cidadania. A cada edição, reafirmava seu compromisso com Piracicaba e com o Brasil.
Começou com linotipos e prensa manual. Depois vieram as prensas automáticas, a fotocomposição, a era digital e a presença nas telas. O JP nunca parou: se reinventou. Com o mesmo coração pulsante desde 1900, navegou da impressão quente ao clique veloz.
Sua história é também a história de seus condutores. Fundado por Manoel Buarque de Macedo, com apoio de Antonio Pinto de Almeida Ferraz e Alberto da Cunha Horta, passou pelas mãos de João Meira, Juvenal do Amaral, Álvaro de Carvalho, João Franco de Oliveira e Pedro Morato Krahembuhl.
Mas foi a partir de 1939, sob José Rosário Losso, que o JP consolidou sua força, ao lado dos filhos Eugênio Luiz Losso e Fortunato Losso Netto — este último, cronista apaixonado, idealista e incansável defensor do bem comum. Após sua morte, em 1985, sua filha Antonietta Rosalina Losso Pedroso manteve a chama acesa. Hoje, é Marcelo Batuíra Losso Pedroso quem conduz o jornal com firmeza e inovação, representando a quarta geração.
Mesmo nos tempos difíceis — censura, crises, desinformação — o JP permaneceu firme, sempre guiado por ética, clareza e senso de missão. Foi trincheira da verdade, berço de ideias, palco de debates e vitrine de talentos. Um farol da cidade.
Foi espelho da comunidade. Professores, cronistas, artistas, historiadores e jovens pensadores encontraram nele voz e espaço. Um jornal não é feito apenas de tinta: é feito de gente que acredita que a palavra transforma.
O coração valente do JP vibra em cada reportagem, crônica e editorial. Nele, a cidade se discute, se defende e se reinventa. Ele grita por liberdade, dignidade e justiça — com o mesmo peito aberto do herói que enfrentou impérios.
Hoje, ao completar 125 anos, o JP segue olhando para o amanhã. Seu papel não é só narrar o presente, mas provocar reflexão e plantar o futuro. E assim continuará: enquanto houver algo a ser dito, haverá quem escreva. Enquanto houver injustiça, haverá quem denuncie. Enquanto houver cultura, saber e liberdade, o Jornal de Piracicaba seguirá firme.
Com coragem.
Com ética.
Com paixão.
Com o coração valente.
Feliz aniversário!
Walter Naime é arquiteto-urbanista e empresário.