13 de dezembro de 2025
INOVAÇÃO CERVEJEIRA

Fatec Piracicaba cria cervejas com cactos, maçã e soro do leite

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Divulgação
O projeto busca fortalecer o polo cervejeiro da região de Piracicaba e promover a sustentabilidade

Professores e alunos do curso superior de Alimentos da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Piracicaba – Deputado Roque Trevisan, estão revolucionando a produção de cerveja artesanal com ingredientes pouco convencionais, como soro de leite, cactos, gengibre, maçã verde e ora-pro-nóbis. A iniciativa, que ganha destaque no Dia Internacional da Cerveja, na sexta-feira (1), busca fortalecer o polo cervejeiro da região promovendo a sustentabilidade.

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Um dos principais projetos surgiu para resolver um problema local: o descarte do soro de leite de uma pequena indústria de coalhada seca. A solução, batizada de Vaka Loka, foi criar uma cerveja onde o soro, rico em bactérias lácticas, auxilia na fermentação.

"Surgiram diversas ideias, mas a produção de uma cerveja foi a mais promissora", explica a coordenadora do curso, Ângela de Fátima Kanesaki Correia. O projeto integra diversas disciplinas, como tecnologia de bebidas, embalagem e análise sensorial, incentivando os alunos a pensarem de forma profissional e criativa.  Por semestre, cerca de cinco a seis novos tipos de cerveja são desenvolvidos.

A criatividade dos alunos se estende aos rótulos, com um design especial em cada garrafa. A professora Ângela Correia incentiva os estudantes a incluírem elementos que remetam à cidade de Piracicaba, valorizando a identidade local.

Além dos projetos internos, a Fatec oferece oficinas gratuitas de cerveja artesanal para a comunidade, que atraem mais de 70 inscritos a cada edição.

Em São Roque, a Fatec local aborda o tema na disciplina de harmonização do curso de Gestão de Empreendimentos Gastronômicos. O professor Jonatas Mascarenhas leva os alunos a uma jornada sensorial, que começa com cervejas comerciais e avança para opções gourmet e artesanais.

"É uma experiência interessante, pois os alunos percebem na prática a diferença de qualidade e complexidade entre os diversos tipos de bebidas", destaca Mascarenhas.

O professor observa que o crescimento das cervejarias artesanais criou o conceito de "beber menos, mas beber melhor", o que forçou as grandes indústrias a se adaptarem, lançando linhas de maior qualidade e até mesmo adquirindo microcervejarias para expandir seu portfólio. Ele acredita que a tendência de busca por qualidade continuará, e que a cerveja artesanal, antes vista como um luxo, está se tornando mais acessível.

Mascarenhas também cita o aumento do consumo de cervejas sem álcool, impulsionado por novas gerações preocupadas com bem-estar e saúde, onde grandes empresas buscam o equilíbrio com produtos intermediários de preço e qualidade.