05 de dezembro de 2025
ARTIGO

Reflexão de Bert Hellinger sobre Constelação Familiar

Por Luiz Xavier |
| Tempo de leitura: 3 min

Bert Hellinger, foi psicoterapeuta e escritor, conhecido mundialmente pela criação do método "Constelação Familiar”.

Passeando por anotações, textos e estudos do curso sobre Constelação Sistêmica, e pesquisando em sites confiáveis de profissionais consteladores, trago uma breve reflexão sobre este método (que conta com uma enorme efetividade e resultados extraordinários), segundo Hellinger.

Para Hellinger o reconhecimento do amor que existe no seio das famílias (sistemas familiares) comove as pessoas e muda suas vidas. Porque um amor rompido em gerações anteriores pode causar sofrimentos aos membros posteriores de uma família, e o processo de cura exige que os primeiros sejam relembrados.

Nos workshops de constelação os participantes observam, representam pessoas de outras constelações familiares ou exploram suas próprias dinâmicas familiares ajudando a demonstrar como o amor, mesmo se injuriado ou mal direcionado pode ser transformado em uma força que cura.

Frequentemente os participantes destes workshops partem com uma profunda compreensão de si mesmos, o poder do amor e as forças que governam os relacionamentos humanos.

Algumas ideias básicas e gerais sobre o desenvolvimento desta abordagem de Bert Hellinger:

1. Existem scripts pessoais segundo os quais uma pessoa organiza inconscientemente a sua vida. Essas instruções são recebidas dos pais na infância e isto tem a com emaranhamentos nos destinos de outros membros da família, frequentemente em uma ou duas gerações anteriores.

2. Observa-se que muitos sentimentos, também os violentos, nada tem a ver com a vivência pessoal. São sentimentos frequentemente assumidos através de uma identificação com uma outra pessoa.

3. Além disso, sempre que a consciência que sentimos tem funções que conservam o sistema. Trata-se, em especial, do vínculo ao grupo, da regulamentação do intercâmbio através da necessidade de equiparação entre o dar e o receber, das vantagens e perdas e a imposição das normas do grupo.

4. Mais ainda. Existe uma inconsciência que liga os membros de um sistema e impõe dentro dele as seguintes ordens ou leis: cada membro da família tem o mesmo direito de pertinência, também os que faleceram precocemente ou os natimortos, assim como os deficientes e os maus; a perda de um membro através da exclusão ou esquecimento será compensada por um outro membro da família. Frequentemente, em uma geração posterior, este representa ou imita inconscientemente aquele que foi excluído ou esquecido; vantagens às custas de outrem serão compensadas muitas vezes somente em uma geração posterior; os membros anteriores têm precedência sobre os posteriores. Por isso quando um membro posterior se eleva sobre um anterior ele paga muitas vezes através do fracasso ou queda.

5. Existem muitas indicações que os mortos atuam sobre os vivos, ou de um modo maléfico, se são excluídos ou temidos, ou de modo benéfico, se são chorados, honrados e depois deixados em paz.

A Constelação Familiar como Hellinger entende, traz à luz, no sentido das ideias básicas aqui apresentadas, onde estamos emaranhados e quais são os passos que conduzem ao desenredamento e solução. Todos estes passos têm a ver com o respeito pelos outros. Os assassinos são uma exceção. Devemos deixá-los partir do sistema para que possam juntar-se às suas vítimas. Ali eles encontram a paz.

Para o tratamento terapêutico de uma pessoa é, portanto, necessário que sua família, o sistema em que está conectado, seja levado em consideração. Os problemas e distúrbios psíquicos de um ser humano têm relação com o seu ambiente.

Luiz Xavier é psicólogo clínico e terapeuta sexual.