Entendimento entre Sindicato e Raízen assegura apoio a trabalhadores
Após o anúncio da suspensão das atividades da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), a Raízen firmou um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar, da Alimentação e Afins de Sertãozinho e Região para garantir a proteção dos direitos trabalhistas dos cerca de 2.000 funcionários demitidos. A negociação ocorreu na quarta-feira, 16 de julho de 2025, um dia após a divulgação do encerramento das operações da unidade.
A paralisação da usina atinge não apenas Sertãozinho, mas também os municípios vizinhos de Pontal, Barrinha e Pitangueiras, totalizando um contingente significativo de profissionais afetados — cerca de 60% deles representados pelo sindicato local.
Dentre os principais pontos acordados está a garantia do pagamento integral das verbas rescisórias, acrescidas de abonos, e a manutenção temporária de benefícios essenciais aos trabalhadores. O plano de saúde e odontológico continuará ativo por cinco meses após a demissão, sem custos para os ex-funcionários e seus dependentes.
Além disso, o seguro de vida em grupo também será mantido pelo mesmo período, permitindo uma transição menos abrupta para os profissionais desligados, enquanto buscam novas oportunidades no mercado.
A decisão da Raízen ocorre no contexto de um ajuste estratégico da companhia. A empresa vendeu cerca de 4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por aproximadamente R$ 1 bilhão. O montante arrecadado será destinado à redução de dívidas da empresa, o que aponta para uma reestruturação financeira mais ampla.
A Usina Santa Elisa, uma das mais tradicionais da região, vinha desempenhando papel central na geração de empregos diretos e indiretos no interior paulista. Seu fechamento representa uma reviravolta no setor sucroenergético regional.
O sindicato, que atuou de forma rápida após o anúncio da Raízen, ressaltou a importância da manutenção dos compromissos sociais e econômicos com os trabalhadores. "Nossa prioridade foi garantir que ninguém saísse desamparado", afirmou um dos representantes da entidade.
O acordo, embora emergencial, foi visto como um avanço na proteção dos direitos dos trabalhadores e estabelece um precedente para futuras negociações em casos semelhantes. A entidade segue acompanhando de perto os desdobramentos da reestruturação da empresa.